quarta-feira, 24 de abril de 2024

Deputado que teve a casa invadida em busca e apreensão ordenada por Moraes, do STF, abre o jogo sobre perseguição: ‘Tentem nos prender e se levantarão outros dessa casa’

O deputado Otoni de Paula participou da coletiva de imprensa concedida por parlamentares perseguidos pelo ministro Alexandre de Moraes e por seus comandados, quando ironizou o papel a que a velha imprensa vem se prestando face à perseguição política. Ele começou seu discurso questionando: “o que sairá na imprensa desta coletiva de deputados da direita?”, e ironizou a narrativa que vem sendo repetida de “deputados bolsonaristas atacando a Suprema Corte”. 

Otoni de Paula explicou a estratégia em jogo: “querem confundir crítica a CPF com ataque ao CNPJ. Ninguém aqui está atacando o basilar da democracia, que é a Suprema Corte. Mas não deixaremos de criticar atos de servidores públicos. Sim, os ministros da Suprema Corte, tais como nós, deputados e senadores, nada mais do que servidores públicos. E nós estamos aqui, sim, a criticar o comportamento inconstitucional de alguns desses servidores que são ministros da nossa mais alta Corte”. 

Nikolas Ferreira mostra injustiças sendo cometidas por Moraes e aponta cúmplices: ‘omissão, frouxidão, e covardia de um homem chamado Rodrigo Pacheco’

Durante a coletiva que reuniu parlamentares perseguidos em inquéritos políticos do ministro Alexandre de Moraes e de seus comandados, o deputado federal Nikolas Ferreira lembrou que o caso dos parlamentares é representativo porque eles estão sendo perseguidos embora a Constituição determine a completa imunidade por suas palavras. 

Ele lembrou que a oposição sempre alertou que o Brasil viraria uma Venezuela, comparando o papel do Judiciário nas duas ditaduras. O deputado apontou que o ministro Alexandre de Moraes utiliza os inquéritos para perseguir a oposição e disse: “se parlamentares não podem dizer o que pensam, muito menos o cidadão comum”. 

Deputado Gustavo Gayer se exalta, exige CPI do Abuso de Autoridade e manda recado para Moraes, do STF: ‘O senhor perdeu essa batalha!’

O deputado Gustavo Gayer, durante a coletiva concedida por parlamentares perseguidos pelo ministro Alexandre de Moraes e pelos seus comandados, questionou os presentes se algum deles respondia a algum inquérito por corrupção ou outros crimes sérios. Face à negativa, ele disse: “Esse é o Brasil que vocês estão testemunhando. Todos que estão aqui agora respondem a inquéritos sigilosos, abertos de ofício, ilegais e inconstitucionais. Parlamentares que vieram aqui para parlar, para falar. Respondemos inquéritos por nossas palavras. Essa é a democracia que venceu, meus amigos. Esse é o amor que retornou”.

O deputado ironizou: “quer dizer que a democracia, agora, de acordo com a esquerda e com Alexandre de Moraes, só existe e só é plena se um lado da política for silenciado, coagido, intimidado, for acordado 06h00 com a Polícia Federal com arma em punho, porque você cometeu o hediondo, absurdo, inenarrável crime de falar o que ele não gosta”.

Coalizão de parlamentares exige impeachment de Alexandre de Moraes e CPI para investigar ilegalidades, Van Hattem se pronuncia e confronta o ministro

Em uma coletiva de imprensa, mais de 20 parlamentares que foram incluídos nos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes ou por seus comandados nas cortes superiores, além de outros parlamentares que prezam pela liberdade de expressão e pela democracia, expuseram os horrores da perseguição política e demandaram o levantamento dos sigilos, a instalação da CPI dos Abusos de Autoridade do STF e do TSE, e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. 

Ao explicar os motivos da coletiva, o deputado Marcel Van Hattem, proponente da CPI dos Abusos de Autoridade do STF e do TSE, que já conseguiu, por duas vezes, as assinaturas necessárias, mas não foi instalada porque esse ato depende da boa vontade e da consciência do presidente da Câmara, explicou a importância do posicionamento dos parlamentares e das suas exigências. Ele explicou que a coletiva estava reunindo “parlamentares que estão sofrendo abusos de autoridade sob as determinações do STF e do TSE em inquéritos e processos sob sigilo, aos quais nossos advogados sequer têm acesso”. O deputado explicou: “numa democracia, esses inquéritos sequer poderiam existir”. 

Coronel Ulysses questiona defensora que quer processar Elon Musk: ‘onde ela estava quando morreu o Clériston?’

O deputado federal Coronel Ulysses comunicou, da tribuna da Câmara, que protocolou três requerimentos de moção de repúdio contra a Defensora Nacional de Direitos Humanos, por ter proposto uma ação civil pública contra a rede social X, antigo Twitter, alegando que a revelação dos atos do judiciário controlado por Moraes contra brasileiros seria uma “violação do Estado Democrático de Direito”. 

O deputado lembrou que as ordens de censura enviadas à rede social foram requisitadas por uma Comissão do Congresso americano, e que sua revelação mostrou que as decisões “tinham cunho de cancelar perfis, entre outras medidas, censurar Deputados Federais, Senadores, empresários, jornalistas e dezenas de outras pessoas”.

Senador Marcos Rogério denuncia segregação causada por abusos de Moraes: ‘regime em que temos brasileiros de segunda classe’

O senador Marcos Rogério discursou durante a audiência pública no Senado que ouviu o jornalista português Sérgio Tavares, que foi detido ilegalmente pela Polícia Federal ao ingressar no Brasil para cobrir a manifestação pelo estado de direito com Bolsonaro em São Paulo. Marcos Rogério elogiou a bravura do jornalista, que voltou ao Brasil para lutar pela liberdade dos brasileiros mesmo após ser perseguido pelo Estado brasileiro. 

O senador afirmou: “eu confesso que nunca imaginei que nós tivéssemos que, a esse tempo, ter que voltar a defender liberdade. Todos nós imaginávamos que essa era uma questão resolvida no Brasil,  e hoje estamos saindo às ruas para gritar, para clamar por liberdade. Sobretudo liberdade de expressão, que é um dos pilares da democracia. Não existe democracia sem liberdade de expressão”. 

Deputado Marcel Van Hattem aponta covardia de Moraes e do AGU em ação por Twitter Files e pede fim de inquéritos clandestinos ‘dos porões da ditadura do STF e do TSE’

O deputado Marcel Van Hattem mostrou, da tribuna da Câmara, sua indignação com a ação do Advogado-Geral da União, Jorge Messias, de perseguição à imprensa, consubstanciada em uma “notícia de fato” feita pelo AGU contra o jornalista Michael Shellenberger, que divulgou os chamados Twitter Files, arquivos internos do Twitter que revelaram como o judiciário controlado por Alexandre de Moraes agiu para censurar e perseguir dissidentes políticos antes e durante o período eleitoral. 

A petição do AGU foi endereçada ao próprio ministro Alexandre de Moraes e o representante da União alegou ver, na divulgação da matéria jornalística, uma suposta “tentativa de desestabilizar o estado democrático instituído pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, a partir da publicação de documentos de cunho sigiloso exarados em processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral”.