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Imagem: REUTERS/Enrique De La Osa |
No dia 22 de fevereiro de 2008, o Governo Lula anunciou, por meio do Ministério da Fazenda e do Banco Central, que a dívida externa brasileira havia sido quitada. E ainda mais: já éramos até credores.
Tal notícia foi estampada, na época, na manchete dos principais jornais do país, como, por exemplo, no jornal Estado de S. Paulo: “O relatório divulgado ontem pelo Banco Central, segundo o qual o Brasil, pela primeira vez em 508 anos de história, deixa o papel de devedor e ingressa no seleto time dos credores do mercado internacional, é a consolidação de uma virada histórica”.
Em O GLOBO: “Sem a adoção de nenhuma das propostas histórias do PT para o problema (moratória, auditoria ou plebiscito), a dívida externa deixou oficialmente de ser um peso na economia brasileira”.
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Esse anúncio foi usado incessantemente como marketing político pelo PT. Entretanto, casos como esse são passados de forma muito superficial ao povo brasileiro, implicando manipulação eleitoreira e ideológica de dados. Cabe a nós explicar algumas questões.
Vamos aos fatos - uma análise econômica feita pelo economista Waldir Serafim:
Quando Lula assumiu o seu primeiro mandato em 2002, a dívida externa era de R$ 212 bilhões, enquanto a dívida interna era de R$ 640 bilhões. Ou seja, o total, dívida externa mais interna, chegou aos inacreditáveis R$ 852 bilhões. Em 2008, quando o Lula assumiu ter pago a dívida, a dívida externa caiu para 0, já a interna chegou a - pasme - R$ 1,4 trilhão. Total da dívida: R$ 1,4 trilhão - 65% do PIB do Brasil.
Contra fatos não há argumentos: Lula “pagou”, sim, a dívida externa. No entanto, nota-se que a dívida interna aumentou exorbitantemente. Na realidade, o Governo se endividou internamente para se quitar externamente. Diversos economistas alegam, ainda, que os novos acordos de endividamento interno seriam muito mais desvantajosos, tendo em vista o menor prazo e a maior incidência de juros.
Para o Brasil, pouca ou nenhuma diferença faz para quem deve, o fato é que a dívida não só continua como aumentou. É necessário ressaltar que apenas de juros para a dívida interna foram pagos, no mês, R$ 13 bilhões. A efeito de comparação, a verba destinada, naquele ano, para a educação foi de R$ 12,7 bilhões (média de 1,05 bilhão por mês).
Agora, já repararam parar pensar o porquê dessa quitação de dívida não ser mais usada em campanhas políticas? Uma matéria recente da Folha de S. Paulo, dia 11 de maio, mostra que, atualmente, somente a dívida externa representa 13,9% do PIB brasileiro, um montante de R$ 318 bilhões.
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Urge conscientizar a população a respeito da complexidade de tais problemáticas, de modo a evitar que sejam manipulados por distorções, maquiagens estatísticas e asserções parciais e populistas. Não há valia no pagamento da dívida externa se a mesma é paga com o reendividamento interno, com maiores juros e prazos mais dificultosos, em um efeito de ascendente predominância de juros. O capital provindo dos cidadãos deve ser tratado com zelo e responsabilidade, de modo a otimizar o retorno para a sociedade. Isto não é alcançado por medidas instantâneas, populistas e mal intencionadas.
Caio Ferreira
Folha Política
Com análise de Waldir Serafim