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Imagem: Adriano Vizoni / Folhapress |
Em nova fase da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro, a Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (14) buscas em grandes empreiteiras e cumpre 27 mandados de prisão contra executivos e outros investigados.
A operação realizou mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e empresários nas sedes das empresas Camargo e Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão,Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque foi preso no Rio.
Ao todo, 300 policiais participam da ação, que acontece em São Paulo, Paraná, Rio, Pernambuco, Minas e no Distrito Federal.
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Os grupos investigados registraram, segundo dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), operações financeiras atípicas num montante que supera os R$ 10 bilhões. Durante a investigação, o doleiro Alberto Youssef –que está preso e colabora com a Justiça por meio da delação premiada– apontou que o esquema envolvia desvio de dinheiro Petrobras.
A Justiça decretou o bloqueio de R$ 720 milhões que pertencem a 36 investigados. Foi autorizado também o bloqueio integral de valores pertencentes a três empresas suspeitas de participar do esquema.
Em São Paulo, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca, 17 de prisão e mais 9 de condução coercitiva –quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente.
Outros 11 mandados de busca e 6 de prisão são cumpridos no Rio. No Paraná, são 2 de busca e 1 de prisão. No DF, mais 1 de busca e 1 de prisão. Em Minas e Pernambuco, são cumpridos 2 mandados de busca em cada Estado.
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Segundo a PF, os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
EMPREITEIRAS
As prisões atingiram a cúpula das empreiteiras. Foram presos o presidente da empreiteira Engevix, Cristiano Kok, e um de seus vice-presidentes, Gerson Almada. Um terceiro executivo da empresa que teve a prisão decretada está no exterior.
A PF também realiza buscas na casa do presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa, investigada por ter pago propina para obter obras da Petrobras no Rio e em Pernambuco. Pessoa também é sócio do doleiro Alberto Youssef em hotéis.
Ao menos doze pessoas, entre policiais e membros da Receita Federal, chegaram, por volta das 6h20, no edifício da Camargo Corrêa, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Cinco carros entraram pela garagem e três agentes da PF permanecem na porta do prédio, controlando a entrada.
A Camargo Corrêa é uma das empresas investigadas sob suspeita de pagar suborno a ex-diretores da Petrobras para obter contratos da estatal.
A empreiteira lidera o consócio CNCC, contratado para construir a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A obra, que envolve outras empreiteiras, é a mais cara em curso no Brasil e de ultrapassar os R$ 40 bilhões quando ficar pronta, nos próximos meses.
Além de estourar o orçamento inicial, a obra foi superfaturada, segundo apurações do Tribunal de Contas da União.
O consórcio CNCC diz que não faz sentido a acusação de sobrepreço na obra, porque ela foi conquistada por meio de licitação.
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Editado por Folha PolíticaLeia mais notícias do poder e da sociedade em Folha Política