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Imagem: Reprodução / Redes Sociais |
A Ponto Final afirma que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) recebeu do setor de transportes R$ 144,7 milhões entre 2010 e 2016. No mesmo período, Onofre, então presidente do Detro, teria recebido R$ 43,4 milhões, segundo investigações. A propina era paga com recursos de um caixa dois formado pela Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro) a partir da arrecadação junto a 26 empresas de ônibus, que somou R$ 250 milhões entre 2013 e 2016.
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Em novo pedido de prisão preventiva, o MPF (Ministério Público Federal) sustentou que Onofre fez ameaças a outros investigados da operação. A defesa do ex-diretor do Detro não foi localizada.
Juízes, integrantes da força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro e artistas participaram nesta quinta-feira (24) de ato na capital fluminense em apoio a Bretas ante declarações do ministro. Nesta semana, Gilmar e o juiz da 1ª instância da Justiça Federal do Rio, responsável pelas ações penais desdobramentos da Lava Jato, travaram queda braço após o ministro do Supremo colocar em liberdade empresários denunciados por corrupção pelo MPF (Ministério Público Federal), entre eles, Onofre.
Na última sexta-feira (18), Gilmar classificou como "atípico" o fato de Bretas ter expedido novos mandados de prisão preventiva contra o empresário Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio) Lélis Teixeira, pouco depois de o próprio Mendes ter concedido um habeas corpus a ambos.
"Isso é atípico. E em geral o rabo não abana o cachorro, é o cachorro que abana o rabo", afirmou Gilmar, em rápida entrevista a jornalistas na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em Brasília.
Roberto Veloso, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), condenou a declaração de Gilmar e disse que toda a magistratura se sentiu ofendida. Para ele, Gilmar faz coro ao que chamou de "processo de intimidação de juízes".
"Ninguém pode comparar ninguém, seja um ministro ou um juiz, a um animal. Um membro da mais alta Corte está denegrindo os próprios membros do Judiciário. Isso é inaceitável", afirmou.
'Duelo' de decisões
Na semana passada, o ministro do STF concedeu habeas corpus ao empresário Jacob Barata Filho, conhecido como "Rei do Ônibus" e que estava preso preventivamente por suspeita de corrupção na Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato no Rio. A operação desmantelou suposto esquema da cúpula do transporte coletivo que, segundo investigações, pagava propina em troca de vantagens junto ao governo fluminense, à época do governo de Sérgio Cabral (PMDB).
Pouco depois, o juiz Bretas determinou nova prisão preventiva contra Barata Filho. Na sexta (18), Gilmar apresentou nova decisão e soltou o empresário.
Após a sucessão de habeas corpus, a Procuradoria-Geral da República pediu a suspeição de Gilmar Mendes nesse caso, que ainda não foi julgada pela presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
Na quarta-feira passada (23), Gilmar concedeu habeas corpus a mais três pessoas ligadas a suposto esquema de corrupção do ex-governador Cabral, também investigado pela Ponto Final.
Além de Barata, foram beneficiados com medidas alternativas à prisão o ex-presidente do Detro (Departamento Estadual de Transporte Rodoviário) Rogério Onofre, sua mulher Dayse Debora e David Augusto Sampaio. O MPF (Ministério Público Federal) chegou a enviar um novo pedido de prisão contra Onofre à Justiça na quinta-feira (25).
No total, nove investigados da Ponto Final já foram beneficiados por habeas corpus de Gilmar.
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Editado por Política na Rede