![]() |
Imagem: Márcia Foletto / Ag. O Globo |
A eleição presidencial é o fator que mais pode influenciar a Lava-Jato, afirmou o juiz Marcelo Bretas, responsável pela operação no Rio de Janeiro, em debate na Casa Época & Vogue na Flip 2018, ontem à noite. Segundo Bretas, a depender das pessoas que forem indicadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo próximo presidente, alguns políticos podem se sentir “mais ou menos tranquilos”.
Durante o próximo governo, os ministros do STF Celso de Mello e Marco Aurélio de Mello terão que se aposentar por atingir a idade limite de 75 anos. Sem citar Ciro Gomes, Bretas criticou aqueles que querem colocar os juízes “na caixinha”. Em entrevista recente a uma emissora do Maranhão, o pré-candidato do PDT à Presidência da República afirmou ser o único capaz a colocar o Judiciário e o Ministério Público de volta para “suas caixinhas”, restaurando a “autoridade do poder político”.
Leia também:
Bretas defende 'pena de morte política' para corruptos
Na sua avaliação sobre a Lava-Jato, Bretas disse que se guia por uma ideia ao julgar: o político condenado por corrupção não pode ter uma segunda chance.
— Isso de certa forma contraria meus próprios princípios religiosos. Mas, se ficar provado que ele fez aquilo, acabou. É como se fosse uma pena de morte política — afirmou Bretas, ressaltando que não falava no sentido literal, mas no figurado.
APOIO DA SOCIEDADE
O juiz não deve decidir de acordo com a vontade popular, reconhece Bretas. Mas o Judiciário pode e deve priorizar, em sua opinião, os assuntos que a sociedade elege como os mais importantes. E o combate à corrupção, lembrou o juiz carioca, tem o apoio da grande maioria da população brasileira.
Bretas defendeu o instituto da delação premiada. Os políticos que criticam esse instrumento fazem isso não porque seja algo ruim, “mas porque querem se proteger”, disse Bretas. Para ele, a Lava-Jato não chegaria aonde chegou sem a deleção premiada.
Como responsável pela Operação Lava-Jato no Rio, Bretas condenou o ex-governador Sérgio Cabral à prisão e levou à cadeia vários integrantes da cúpula da política fluminense nos últimos anos.
Veja também:
O Globo
Editado por Política na Rede
Editado por Política na Rede