O jornalista lembrou que a primeira “fake news” que ele consegue lembrar é de 1952, quando a maior revista da época, O Cruzeiro, publicou uma montagem fotográfica como se fossem “discos voadores na Barra da Tijuca”.
Alexandre Garcia disse: “Desde então, não cesso de ver fake news em lugar de fatos e o estranho é que só agora o Supremo, a Câmara e o Senado passaram a se preocupar com isso. Parece mais um movimento comercial contra o fim de um monopólio da informação”.
O jornalista lembrou ainda que os grandes jornais da velha imprensa parecem ter tomado como padrão publicar fofocas e mexericos disfarçados de notícia, e apresentam seus pré-julgamentos aos leitores antes de mostrar os fatos. E apontou: “A preocupação do Congresso, no entanto, só visa as redes sociais. Exatamente o instrumento pelo qual todos ganharam voz. Todos ganharam voz, para reivindicar, desabafar, sugerir, opinar, criticar”.
Garcia explicou: “Como se trata de gente e não de anjos, também há ódios, mentiras, maus conselhos e ofensas. Pra esses, a própria comunidade digital tem os anticorpos: a capacidade de pesquisar e derrubar a mentira. De responder, de boicotar, de expor o ofensor”.
O jornalista também lembrou que já existem leis, e que, desde sua criação o Código Penal já previa os crimes de injúria, calúnia, difamação, ameaça… Alexandre Garcia questionou: “O que querem inventar então? A quem interessa calar a opinião? Restringir a liberdade de expressão? A censura prévia, o direito de defesa. Acusar de crime não previsto na legislação? Fica no ar o mau cheiro da fumaça de totalitarismo”.