Durante sessão do Supremo Tribunal Federal que deveria decidir sobre a prisão do deputado federal Daniel Silveira, que se encontra preso em suposto flagrante há quase um mês, ocorreu um bate-boca entre os ministros, iniciado entre Alexandre de Moraes, que ordenou a prisão, e o decano da Corte, ministro Marco Aurélio Mello.
O ministro Alexandre de Moraes comunicou que o julgamento não mais ocorreria porque ele concedeu prazo para a defesa, e o ministro Marco Aurélio sugeriu que a prisão fosse substituída por medidas cautelares. Com o adiamento, o deputado seguiria preso.
O ministro Marco Aurélio sugeriu que o plenário decidisse sobre o relaxamento da prisão e Alexandre de Moraes afirmou que cabia a ele decidir se o caso seria julgado, já que ele é o relator dos inquéritos que investigam opositores políticos. Marco Aurélio lembrou o colega que ele valorizou o plenário quando quis que validassem sua decisão de prender um parlamentar.
O ministro Dias Toffoli e o presidente da Corte, Luiz Fux, intervieram para manter o deputado preso, o que causou nova manifestação do ministro Marco Aurélio, que disse a Fux: “Vossa excelência é autoritário, tudo pode, não submete ao colegiado uma proposta, são tempos estranhos e vossa excelência colabora para serem mais estranhos ainda”.