Luiza Cunha, filha de Clériston Pereira da Cunha, conhecido como Clezão, preso político do ministro Alexandre de Moraes que morreu no presídio, sem sequer denúncia, enquanto aguardava que o ministro se dignasse a ler os pedidos de soltura, inclusive da Procuradoria-Geral da República, que Moraes simplesmente ignorou, discursou durante audiência pública realizada na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, sobre a situação dos presos políticos do ministro Alexandre de Moraes.
Luíza Cunha afirmou: “o patriota Clezão foi preso injustamente, foi torturado, e foi assassinado. Temos mais outros patriotas que morreram, fora do presídio, mas o meu pai foi assassinado por uma omissão. Omissão de socorro, omissão de posicionamento do ministro relator do caso do dia 8 de janeiro, e hoje completam-se 556 dias que a gente sofre com a ausência eterna do meu pai”.
A jovem se emocionou ao explicar: “a anistia não traz o meu pai de volta. A anistia não traz o abraço que eu recebia, todos os dias, do meu pai (...) a cada vez que eu falo sobre o meu pai, eu revivo a dor. É como se eu estivesse enterrando meu pai novamente. Mas eu não vou me calar por isso. Tem muitos patriotas que têm filhos, que ainda têm a chance de vê-los novamente. Minha vida foi destruída por pessoas que quiseram vingar o meu pai por conta da ideologia dele”.
A órfã lembrou que Clériston foi preso no Senado, único ambiente que não foi depredado. Ela lembrou ainda que seu pai chegou ao local no final da tarde, se sentiu mal e foi preso doente. Luíza Cunha relatou: “a gente gritava, clamava por socorro. A gente fez inúmeros pedidos de habeas corpus. Nenhum foi atendido”. Ela esclareceu que os pedidos não foram sequer negados, simplesmente não eram sequer lidos. Luiza afirmou: “o direito do meu pai foi violado completamente”.
A jovem levou os presentes às lágrimas ao relatar as horríveis condições a que seu pai e os outros presos políticos são submetidos, e disse: “o que eu estou fazendo é por amor. É para que outras famílias não sofram como eu e minha família sofremos. E eu peço que busquem pela anistia. Por outros familiares. Porque o meu pai, não traz de volta. Mas tem outras famílias sofrendo, e outros patriotas com risco de morte na cadeia”.
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