Ao participar da reunião com o relator especial para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), o senador Eduardo Girão apresentou uma cronologia da escalada da censura e da perseguição política no Brasil, e mostrou como, além da Constituição brasileira, os pactos e tratados internacionais de Direitos Humanos vêm sendo sistematicamente violados no país pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e seus aliados.
O senador Eduardo Girão divulgou o vídeo de sua participação e disse:
“CRONOLOGIA DA CENSURA: APRESENTAMOS DESDE 2019, E A OEA SÓ NÃO APONTARÁ VIOLAÇÕES SE NÃO QUISER…👈🏽
Levei uma Constituição do Brasil, li seus artigos claríssimos em favor do direito fundamental à liberdade de expressão e a presenteei ao Sr. Pedro Vaca, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Também mencionei o Pacto de San José da Costa Rica, frontalmente violado pela ditadura da toga no Brasil, que já gerou, em pleno século XXI, milhares de presos políticos.
O relator se mostrou surpreso quando apresentei uma pesquisa da Paraná Pesquisas, que revela que 61% dos brasileiros têm medo de se expressar nas redes sociais por receio de retaliações. Esta é a primeira vez que Pedro Vaca visita o país, e foi uma oportunidade única para relatar os inúmeros casos de violação à liberdade de expressão.
A censura à Revista Crusoé desmontou a narrativa do STF de ontem, que alega que tudo começou com a revolta de 8 de janeiro. Os arbítrios que causaram o caos institucional e a insegurança jurídica, que infelizmente dominam o país, começaram bem antes, por aqueles que deveriam ser os guardiões da nossa Constituição. E foi justamente em 2019, com a censura à Revista Crusoé, a partir da delação de Marcelo Odebrecht, que citava o então presidente do STF, ministro Toffoli.
Também mencionei os abusos contra Daniel Silveira e a censura prévia do documentário do @brasilparalelo, sobre a tentativa de assassinato de Bolsonaro na eleição, além da proibição de associar Lula ao aborto, aos ditadores Ortega e Maduro, entre outros casos.
Que a Justiça e o bom senso triunfem em nossa nação. Jesus no comando. Sempre! Paz & Bem”.
O caso da censura à Revista Crusoé é emblemático por ter atingido veículo da velha imprensa e por escancarar, desde a época, o caráter político dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes. A matéria censurada foi prontamente republicada em outros veículos, que não sofreram censura pois são de extrema-esquerda.
Entretanto, veículos da imprensa conservadora independente, como a Folha Política, sofreram ações muito mais violentas do que a censura de um único artigo. A Folha Política teve sua sede invadida pela polícia federal a mando do ministro Alexandre de Moraes. A polícia federal apreendeu todos os equipamentos eletrônicos, inclusive de familiares dos sócios, em evidente tentativa de eliminar o veículo de comunicação por completo, e desrespeitando garantias que protegem não apenas a imprensa, mas qualquer cidadão. Também houve operações contra outros veículos como o Terça Livre, comunicadores, e ativistas, desde o início dos inquéritos políticos conduzidos por Alexandre de Moraes.
Em seu discurso na reunião com a CIDH, o senador apontou: “É muito estranho não termos, nessa sala aqui atrás, a grande mídia brasileira acompanhando. Isso é sintomático, porque nas redes sociais, no Brasil nós estamos nos trending topics. Esse assunto que nós estamos aqui conversando - liberdade de expressão, censura, Daniel Silveira - está nos Trending Topics, nesse momento, sendo comentado pela população brasileira”.
O senador Eduardo Girão mencionou uma pesquisa que mostra que a maioria da população tem medo de se expressar nas redes sociais e afirmou: “tem muita dor envolvida no que está acontecendo aqui e muitos brasileiros não confiam na OEA, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, justamente porque não é de hoje que a gente está denunciando. Já faz muitos anos que nós temos ido lá denunciar o que está acontecendo aqui”.
O senador disse ter confiança de que, após sua visita ao Brasil, o relator buscará conhecer os fatos, e o presenteou com uma Constituição brasileira, apontando os artigos que garantem a plena liberdade de expressão no país. Girão disse: “então, eu quero lhe presentear [com a Constituição], porque não sei se o senhor recebeu do STF este presente, mas ela está sendo violada dia sim, dia não, a partir da nossa corte suprema. Infelizmente, é o que a gente vê no Brasil: eles, que deveriam ser os primeiros a resguardar essa Constituição brasileira”.
O senador Eduardo Girão desenhou para o relator: “em pleno século XXI, nós temos milhares de presos políticos no Brasil. Os seus advogados não têm acesso aos autos, eles não têm direito à defesa, ao contraditório, no início… até a PGR sem participar”. Girão mencionou o caso de Daniel Silveira e pediu que ele seja ouvido, lembrando que, em pleno exercício do mandato parlamentar, Silveira foi preso por suas palavras. O senador explicou ainda que Daniel Silveira recebeu o perdão presidencial e esse perdão foi anulado pelo STF.
O senador mencionou que a censura começou anos antes do 8 de janeiro, e rebateu o ministro Luís Roberto Barroso, mostrando ainda ao relator a atuação abertamente política do presidente do Supremo Tribunal Federal.
O senador Eduardo Girão expôs a intensa e aberta censura que ocorreu durante a campanha eleitoral de 2022 e nos meses que a antecederam - quando a Folha Política e outros veículos tiveram toda a sua renda confiscada - , e disse: “o que nós estamos vivendo no Brasil é algo surreal, que precisa de uma providência da OEA”. Ele expôs o caso em que o STF proibiu o Senado de ouvir Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, preso político de Moraes, e disse: “nós aprovamos o requerimento no Senado e não pudemos ouvir Filipe Martins no Senado da República do Brasil, por proibição do Supremo Tribunal Federal. Então, é isso que está acontecendo no Brasil: cooptação, bloqueio de um poder que não respeita os demais poderes e faz censura na nossa nação”.
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