segunda-feira, 8 de julho de 2024

Ricardo Salles é intensamente aplaudido ao defender valores conservadores e propor: ‘vamos cravar nossa estaca da direita no Senado’


O deputado Ricardo Salles, durante sua participação no CPAC, explicou a importância da participação dos cidadãos na política em todas as esferas, lembrando a frase de Platão: “o castigo que os bons sofrem quando se recusam a tomar parte do governo é ser governado pelos maus”. 

Salles explicou a necessidade de manter a coerência com os próprios valores e apontou: “campanha ideológica é para quem tem, em primeiro lugar, ideias. E, em segundo lugar, está disposto a lutar pelas suas ideias, e inclusive correr o risco de perder a eleição. Mas é melhor perder a eleição do que perder a dignidade”. 

Ricardo Salles mostrou um áudio do filósofo Olavo de Carvalho, que o indicava e dizia “nem sei em que partido ele está”, e disse: “esse negócio de partido é uma besteira. No Brasil, infelizmente, nós temos uma tradição em que os valores não estão ligados a partidos, estão ligados a pessoas. Quem é o nosso líder? É o Bolsonaro”. O deputado lembrou que Bolsonaro já fez parte de diversos partidos e disse: “o que importa é o que você acredita, o que você defende”. 

O deputado disse: “eu gostaria de dizer o contrário”. Ele apontou que, em outros países, há partidos com posições claras, mas isso não ocorre no Brasil, e ponderou: “nós, da direita, temos que aprender a defender os nossos valores, as nossas convicções”. Salles lembrou que concorreu pelo Novo e não contava com a atuação de Amoêdo, ex-presidente do partido, que o expulsou. 

Salles relatou: “aceitei ser ministro do Bolsonaro, com muito orgulho. E vimos quão aparelhada estava a máquina pública brasileira (...) Toda aquela turma de esquerda batendo na gente. E agora, o que está acontecendo? Recorde de queimadas na Amazônia, no Pantanal. Os argumentos que usavam para nos atacar, agora sumiram. (...) Eles são irresponsáveis, eles falam o que não devem”. 

O deputado comparou: “eles não têm compromisso com a verdade. Nós temos. Nós temos história, temos vergonha na cara, a gente sabe o que é certo e o que é errado, e a gente tem que combater as coisas erradas. Dentro e fora da política. Ser de direita é ser honesto. É não fazer acordo com qualquer um, é não aceitar conchavo. É saber que uma das pragas que tem na vida pública brasileira é o fisiologismo do centrão, é a negociação, é o conchavo. Nós somos contra tudo isso. Nós não podemos aceitar e não vamos aceitar jamais”. 

Salles afirmou: “e a direita tem que ter candidato, sempre. Ainda que perca. Faz parte do jogo perder. É melhor perder de pé do que ganhar de quatro”. Ele enfatizou que a candidatura deve ser de direita. E afirmou: “isso não tem a ver com questão partidária, tem a ver com cabeça e coração. Valores. Princípios. Ética. E isso está dentro de cada um de nós. E isso não está em negociação. Isso é uma cláusula que nós não negociamos”.

O deputado foi muito aplaudido ao anunciar que pretende concorrer ao Senado e disse: “vamos cravar nossa estaca da direita no Senado da República, que está muito esquerdinha, muito fisiológico para o nosso gosto”. Ele louvou Bolsonaro pela coragem de enfrentar o sistema e citou o filme ‘Tropa de Elite’, concluindo: “o sistema é foda, parceiro”. 

Muitos jornalistas e veículos conservadores vêm sendo implacavelmente perseguidos, como é o caso da Folha Política. Nossa sede foi invadida e todos os nossos equipamentos foram apreendidos, a mando do ministro Alexandre de Moraes. À época, o jornalista Alexandre Garcia assinalou que algo semelhante só havia ocorrido na ditadura Vargas, não havendo qualquer exemplo semelhante durante o tão falado regime militar. Mesmo em ditaduras consolidadas, não é comum que se apreendam todos os equipamentos, em claríssima violação a tratados internacionais como o Pacto de São José da Costa Rica. 

Posteriormente, a Folha Política foi alvo do ministro Luís Felipe Salomão, que ordenou o confisco da renda de diversas pessoas, sites e canais conservadores, para impedi-los de exercer suas atividades. Mais de 20 meses da renda dos veículos e comunicadores afetados seguem confiscados, enquanto o inquérito vai sendo transmitido de relator em relator. 

Outros jornalistas e comunicadores foram presos sob alegações como a de sair do país sem saber que estavam sendo investigados. Um deles perdeu o movimento das pernas em um estranho acidente na cadeia, enquanto estava preso por crime de opinião. Ao conseguir refúgio em outro país, viu sua família ter suas contas bloqueadas para que não pudessem receber doações de pessoas que se sensibilizam com a situação de seus filhos. Vários pedem há anos que apenas devolvam seus equipamentos eletrônicos, inclusive com as memórias de entes queridos e da própria família. Outros buscaram refúgio em outros países e são considerados “foragidos” e são alvo de campanhas de difamação pela velha imprensa. 

As medidas arbitrárias impostas aos jornalistas e comunicadores conservadores, por suas características processuais, violam diversos artigos da Constituição e também de tratados como a Declaração Universal de Direitos Humanos e o Pacto de São José da Costa Rica, que protegem a liberdade de expressão e vedam tribunais de exceção. 

Os exemplos são muitos e a perseguição não cessa. Casas invadidas, redes bloqueadas, censura, bloqueio de contas, confisco de bens, cancelamento de passaporte, proibição de contato, entre outras. Nos inquéritos políticos conduzidos em cortes superiores, basta que parlamentares de extrema-esquerda apresentem “relatórios” ou “reportagens” produzidos por pessoas suspeitas e interessadas, acompanhados de listas de pessoas a serem perseguidas, para que essas pessoas sejam privadas de direitos fundamentais. 

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