O deputado federal Deltan Dallagnol, ex-procurador e ex-coordenador da força-tarefa Lava Jato, respondeu, em vídeo divulgado pelas redes sociais, às acusações de que ele teria divulgado “fake news” ao alertar sobre as consequências do PL da Censura, cuja urgência foi aprovada ontem. O deputado apontou: “sob o manto de combater ‘fake news’, eles querem mesmo é combater as verdades que lhes sejam desagradáveis”.
O deputado mostrou a postagem que foi acusada de “fake news” e leu os textos bíblicos que ele tinha citado como passíveis de censura se o projeto for aprovado. Deltan Dallagnol mostrou os trechos do projeto que estava disponível, pelo menos até aquele momento. O deputado explicou que, mesmo fazendo ressalvas, pretende moderar os “abusos”. Ele disse: “aí que vem o perigo: o que ele vai considerar abuso?”.
Deltan Dallagnol explicou que o projeto vai além e obriga as plataformas a agirem “preventivamente” para suprimir conteúdos que sejam “potencialmente criminosos”. Ele disse: “tanto é verdade que isso poderia prejudicar a liberdade de expressão que o próprio relator do projeto, sob a pressão do povo, já suprimiu grande parte dos textos problemáticos relativos à liberdade religiosa. Mas o projeto continua horrível”.
O deputado alertou: “Esse projeto é muito perigoso. E ele ainda traz como a entidade que potencialmente poderá aplicar multas o próprio governo. E que governo? Um governo que é amigo de ditaduras, um governo que já ultrapassou todas as barreiras da lei para praticar a corrupção, para manter um projeto de poder, e agora pode usar o seu poder para modelar discursos, para fazer lavagem cerebral, para censurar a palavra de adversários políticos, para censurar a sua voz”.
A censura que, há anos, já vem se intensificando no Brasil atinge unicamente conservadores e já causou o fechamento de alguns veículos de imprensa. Mas a perseguição não se limita à censura e inclui muitas outras medidas, inclusive prisões políticas, devassas, buscas e apreensões, ass*** de reputações, entre outras.
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