terça-feira, 1 de agosto de 2023

Delegado Ramagem anuncia denúncia contra Dino à PGR, Sérgio Moro aponta crime do ministro e Esperidião alfineta CPMI


No início da sessão da CPMI do dia 8 de janeiro, foi levantada a questão da recusa do ministro de Lula, Flávio Dino, de entregar materiais requisitados pela Comissão. O ministro se recusou a entregar as imagens do circuito interno do ministério da Justiça no dia 8 de janeiro, alegando que as imagens estariam em inquéritos secretos do Supremo Tribunal Federal. 

O presidente da Comissão, Arthur Maia, elogiou muito o ministro, mas reconheceu que, se a CPMI aceitar passivamente a recusa, qualquer outra pessoa poderá se recusar a fornecer dados ou cooperar, condenando a Comissão ao ridículo. Maia afirmou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal que solicite ao senhor ministro que envie as imagens, e abriu a palavra para outros parlamentares debaterem a sugestão. 

O deputado Rubens Pereira Jr. sugeriu que a CPMI solicitasse as imagens à Polícia Federal, relatando que esse foi o conselho que ele recebeu do próprio ministro Flávio Dino, que se recusou a entregar as imagens. 

O senador Esperidião Amin apontou: “o ministro da Justiça não pode nos dar conselho, agora. Ele já deu a posição dele: ele não entrega. Nós não temos que pedir à PF. O dono do prédio é o ministério da Justiça”. O senador lembrou que a CPMI, embora esteja há meses em funcionamento, ainda não tratou dos atos do dia 8 de janeiro, em especial das omissões das autoridades responsáveis pela segurança dos prédios dos três poderes. Amin disse: “Isso faz parte de se conseguir saber o que aconteceu em matéria de omissão. É um grande esforço, que hoje vai ter o seu dia inaugural”.

Esperidião Amin lembrou que, até o momento, a CPMI apenas ouviu pessoas segundo os desejos do governo, pessoas que, por vezes, já estavam depondo pela quinta vez sobre os mesmos fatos. E acrescentou: “Agora, na omissão, não conseguimos nada, a não ser a vinda do sr. Saulo, que escreveu um relatório histórico”. O senador lembrou que o depoente de hoje alertou órgãos do governo federal sobre o risco de invasões. 

Sobre as imagens recusadas por Flávio Dino, o senador questionou: “Mas os fatos ocorridos vão ser censurados? Isso é censurar um filme. Censurar um filme para a sociedade não saber o que aconteceu?”. O senador criticou a “mensagem irreverente” de Dino e apontou: “se ele quisesse consultar a PF, é mais fácil ele consultar do que nós. A má-vontade é essa: procure quem está vinculado ao meu ministério, a quem está aqui sob minha ordem?”. 

O deputado Delegado Ramagem, em seguida, sugeriu que se faça um pedido de reconsideração ao próprio Ministério, alertando: “a negativa de atendimento não é apenas inadmissível, mas inconstitucional”. O deputado explicou que a oposição já prepara uma denúncia à Procuradoria-Geral da República, apontando que Dino “não apenas desprezou a atribuição constitucional desta CPMI como do próprio Congresso Nacional. E desrespeita ainda um julgado do próprio STF sobre essas imagens”.

O senador Sérgio Moro acrescentou que a CPMI não precisa de autorização do Supremo Tribunal Federal a cada passo, explicando: “Comissões Parlamentares de Inquérito possuem poderes próprios de investigação de autoridades judiciais, e não poderes próprios quando assim entender o Supremo”. Sobre Flávio Dino, o senador afirmou: “Esta comissão tem poderes próprios e ele tem obrigação de fornecer”. Moro sugeriu que o pedido ao STF seja para que o tribunal compartilhe as imagens e também os inquéritos que vêm sendo mantidos em segredo, e que já foram solicitados pela CPMI e vêm sendo recusados pelo ministro Alexandre de Moraes.  O ex-juiz lembrou que não há motivos para manter em segredo os processos em que já foi apresentada a denúncia. 

Moro lembrou que, ao se recusar a cumprir a determinação da CPMI, o ministro Flávio Dino incorre em crime de responsabilidade, e propôs “provocar diretamente o ministro Flávio Dino, alertando para as consequências do descumprimento”.

Apesar da “tomada” da CPMI pelo governo, os fatos que vêm sendo levantados indicam com bastante clareza a omissão de autoridades do governo federal no dia 8 de janeiro, omissão cuja extensão ainda precisa ser determinada. Ocupada em propor narrativas, a CPMI, até o momento, não chegou ao dia 8 de janeiro, supostamente o objeto da Comissão. 

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e pessoas que apenas têm um discurso diferente do imposto pelo cartel midiático vêm sendo perseguidos, em especial pelo Judiciário. Além dos inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, também o ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Felipe Salomão, criou seu próprio inquérito administrativo, e ordenou o confisco da renda de sites e canais conservadores, como Bárbara, do canal Te Atualizei, e a Folha Política. Toda a receita de mais de 25 meses do nosso trabalho está bloqueada por ordem do TSE, com aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. 

Sem a possibilidade de receber a renda de seu trabalho, o jornal corre o risco de fechar. Se você apoia o trabalho da Folha Política e pode ajudar, use o QR Code para a empresa Raposo Fernandes, ou use o código ajude@folhapolitica.org. Caso prefira, há a opção de transferência bancária para a conta da empresa Raposo Fernandes disponível na descrição deste vídeo e no comentário fixado no topo.

Há 10 anos, a Folha Política faz a cobertura da política brasileira, mostrando atos, pronunciamentos e eventos dos três poderes, quebrando a espiral do silêncio imposta pelo cartel de mídia que quer o monopólio da informação. Pix: ajude@folhapolitica.org

Toda a receita gerada pelo nosso jornal desde 1º de julho de 2021 está bloqueada por ordem do TSE. Ajude a Folha Política a continuar o seu trabalho. Doe por meio do PIX: ajude@folhapolitica.org 
Depósitos / Transferências (Conta Bancária): 
Banco Inter (077)
Agência: 0001
Conta: 10134774-0
Raposo Fernandes Marketing Digital LTDA (Administradora da Folha Política)
CNPJ 20.010.215/0001-09
-
Banco Itaú (341)
Agência: 1571
Conta: 10911-3
Raposo Fernandes Marketing Digital LTDA (Administradora da Folha Política)
CNPJ 20.010.215/0001-09

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :

Postar um comentário