Durante a última oitiva da CPI do Distrito Federal que investiga os atos do dia 8 de janeiro, a deputada distrital Paula Belmonte se exaltou ao lembrar alguns absurdos da CPI e ao enfatizar a responsabilidade dos parlamentares, em especial do relator.
A deputada iniciou lembrando que a CPI deixou de ouvir pessoas importantes. Dirigindo-se ao depoente, ela explicou: “a vinda do senhor aqui foi uma armação, porque o senhor veio aqui só para tampar um buraco de algo que muitos outros precisavam estar aqui para serem ouvidos. E na realidade, a sua vinda aqui foi para que pudesse preencher uma lacuna do qual não querem enfrentar”.
Paula Belmonte lembrou que a CPI foi marcada por desrespeito ao regimento da Câmara e cerceamento da liberdade de expressão de parlamentares. Como exemplo, ela apontou que, poucos minutos antes, o presidente da CPI tinha mandado retirar das notas taquigráficas palavras sobre Lula, das quais ele não gostou. A deputada disse: “Isso aqui não é uma ditadura, não é a ditadura que o PT quer colocar na população brasileira. Nós temos o direito de falar e cercear a palavra de um parlamentar aqui, por mais que eu não goste, nenhum de nós temos o direito a isso. Nenhum de nós tem o direito a isso”.
A deputada afirmou: “Nós tivemos centenas de pessoas presas e não foram centenas de pessoas presas dia oito, não. Foram centenas de pessoas presas dia nove que estavam acampadas, pessoas que foram enganadas e entraram dentro de um ônibus dizendo que iam para um lugar e foram parar em outro. E é importante a população saber que isso foi falado aqui na CPI e que nós esperamos que isso seja colocado no relatório. Nós temos aqui um sem-número de pessoas que estão sendo condenadas, 17 anos de cadeia, usando tornozeleira eletrônica, com 60 anos, com 59 anos, pessoas que vieram aqui pra Brasília para, sim, pra se manifestar. E lembro o pessoal do PT, lembro o pessoal do PT, isso é constitucional. Isso é constitucional. A manifestação é livre, é assegurada pela nossa Carta Magna, que é a nossa Constituição federal”.
Paula Belmonte lamentou a hipocrisia dos esquerdistas, apontando que fingem não saber que a Constituição garante o direito à livre manifestação, e que impediram a oitiva de um fotógrafo de esquerda apesar de haver provas de sua participação, mas não usaram os mesmos argumentos para impedir a oitiva e a violação de direitos de jornalistas de direita.
A deputada relembrou vários fatos que foram revelados durante a CPI e questionou se estarão retratados no relatório a ser elaborado pelo relator. Ela afirmou: “eu quero dizer que existe uma omissão do governo federal, e que essa omissão foi relatada e mostrada por vídeo, por palavra, de que não colocaram a Força Nacional.Inclusive eu mostrei um vídeo aqui da Força Nacional, se recolhendo no meio da manifestação. Comandada por quem? Pelo senhor Flávio Dino, senador da República, ministro da Justiça, e um debochado. E eu digo isso com todas as letras, debochado porque ele está debochando do povo brasileiro. Ele é um Tio Patinhas, ele é o amigo do Tio Patinhas, o tio Pateta”.
Paula Belmonte prosseguiu: “Por que é isso que está acontecendo. Um senhor que pega as filmagens, mais de 130 câmeras que tinha no Ministério da Justiça, e sumiram com elas. Ele não tem coragem de mostrar e falar. Ele fez com que… várias centenas de pessoas estão pagando um preço da própria omissão dele. E com qual objetivo? É simples! o senhor acabou de falar. Não se faz golpe de Estado com estilingue nem bola de gude. Mas o que eles queriam fazer? Eles queriam desmontar o acampamento. Eles queriam fazer com que a população que está se levantando, sim, com seus princípios cristãos, com a defesa da família, com a defesa das nossas crianças, com a defesa do nosso Brasil verde amarelo, tivesse medo, porque eles querem colocar um vermelho na nossa bandeira”.
A deputada se exaltou: “Eles querem colocar o Comando Vermelho dentro das nossas instituições. Nós estamos falando de uma primeira dama, esposa desse tal de Tio Patinhas, que o Pateta é o próprio Dino, falando e sendo paga pelo nosso dinheiro, o nosso dinheiro. Cada um aqui pagou um pouco para que ela viesse aqui para Brasília com hospedagem paga, diária! É o fim da picada! A primeira dama do Comando Vermelho do Amazonas foi paga com o nosso dinheiro. Isso aqui não é ideologia, nem esquerda nem direita, não! é onde está sendo colocado o nosso dinheiro. Enquanto aqui no Distrito Federal nós temos, oficialmente, pela Secretaria de Desenvolvimento Social, 177.000 famílias em extrema pobreza e nós estamos pagando diária para a primeira dama do Comando Vermelho viajar”.
A deputada alertou: “Nós estamos sendo dominados”. Ela conclamou: “que nós, brasileiros e mulheres brasileiras que defendem a sua família, eu, como mãe de seis filhos, que estou aqui perante para os meus filhos e para o futuro das crianças, que a gente se levante, que a gente se una de coração, que a gente não esteja aqui extremo em nenhum lugar, mas que a gente esteja unida para um Brasil e por um Brasil mais digno”. Ela lembrou o relator sobre sua responsabilidade e disse: “nós estamos com uma responsabilidade da esperança da população. Isso aqui não é uma brincadeira. Tenho certeza que não se leva como brincadeira. Mas isso aqui também tem muitas famílias e muitas crianças chorando porque seus pais e suas mães foram presos injustamente e hoje essas famílias estão amedrontadas”.
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