quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Parlamentares lamentam eleição de Pacheco e consequências para o Senado e para a democracia: ‘vergonha nacional’


Após a eleição de Rodrigo Pacheco para a presidência do Senado, diversos parlamentares lamentaram o resultado, que representa a continuidade de uma casa parlamentar de costas para os brasileiros e submetida aos arbítrios de ministros das cortes superiores. 

A deputada Chris Tonietto apontou: “Infelizmente, aconteceu, hoje, no Senado Federal, uma vergonha nacional. Pacheco venceu. (...) É triste. É um momento que nos causa muita preocupação, porque a gente sabe o que isso significa. Nós sabemos que o Pacheco e sua vitória representam a instabilidade do nosso país, ativismo judicial avançando… enfim, tantas pautas que nós tanto combatemos, ele, infelizmente, defende. Mas, da nossa parte, continuaremos firmes no trabalho”. A deputada acrescentou: “nós não envergonharemos os votos que recebemos como, infelizmente, alguns senadores fizeram hoje. Estamos juntos nessa luta”. 

O senador Jorge Seif Jr. lamentou a escolha do candidato que pretende submeter a casa ao governo federal e lembrou que quem sofre as consequências das escolhas dos senadores é o povo brasileiro. 

O ex-deputado Paulo Eduardo Martins disse: “Rodrigo Pacheco é reeleito presidente do Senado. A casa está consolidada como uma instituição que optou por deixar de existir. O Senado estará lá, mas como um corpo sem alma”.

O deputado Luiz Lima afirmou: “não tem democracia … tem é interesses”. 

O deputado estadual Giuseppe Riesgo lamentou: “Rodrigo Pacheco está reeleito como Presidente do Senado. Mais dois anos de um presidente que se acovarda perante ao Judiciário, e que entregará o Senado de bandeja para Lula. Temos que resistir. Não daremos descanso”.

O senador Magno Malta disse: “Combatemos o bom combate. Aqui no Senado a nossa luta vai continuar. Por um Brasil mais justo e livre. Para que TODOS sejam ouvidos e a Constituição respeitada. Obrigado, Rogério Marinho”.

O deputado Gilberto Silva disse: “Com eleição no papel, Rodrigo Pacheco fez 49 votos contra 32 de Rogério Marinho. O sistema venceu e graças ao presidente da sessão, nunca saberemos como cada senador votou”.

O deputado estadual Rodrigo Lorenzoni lamentou: “Ao sucumbir às pressões do Executivo e do Judiciário, o Senado desperdiçou uma chance de demonstrar altivez e independência. Perde o Brasil. Mesmo assim, os 32 votos de Rogério Marinho indicam que não haverá vida fácil para o governo”.

O investidor Leandro Ruschel disse: “A "pacificação" dos poderes está consolidada. É a paz do pensamento único e da criminalização de qualquer oposição”.

O jurista Homero Marchese disse: “Capacho, digo, Pacheco dando lição de moral sobre diálogo e democracia em discurso no plenário feito sob medida para o Jornal Nacional... Senador, o Sr. foi eleito exclusivamente por causa do sistema PT + STF. Baixe a bola, agradeça e diga tchau. Poupe-nos da vergonha alheia”.

O deputado Marcel van Hattem afirmou: “Vitória de Pacheco no Senado é derrota do Brasil. A manobra para impedir senadores de abrirem seus votos é um golpe na vontade dos eleitores que cobraram posição transparente de seus representantes. O trabalho e a oposição no Senado e no Congresso terão de ser ainda maiores!”

O advogado Cristiano Caiado disse: “A vitória de Pacheco desmancha o último resquício de vontade popular no Brasil. A Ditadura comandada pelo Judiciário se solidifica com os seus favoritos na Presidência da República, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. É a tal da #DemocraciaInabalada”

O deputado Giovani Cherini afirmou: “Infelizmente a democracia perdeu”.

O senador Eduardo Girão, que havia se candidatado mas abriu mão da candidatura para apoiar Rogério Marinho, lamentou a derrota da democracia e da liberdade de expressão e disse: “a partir de agora, é tentar construir uma oposição, responsável, sempre, mas para continuar combatendo o bom combate, por causas em que nós acreditamos”. 

Apesar de alguns senadores, como o senador Eduardo Girão e o senador Lasier Martins, agirem no limite de seus poderes para frear os atos autoritários de ministros das cortes superiores, a Casa legislativa, como um todo, permanece cega, surda e muda, indiferente aos ataques à democracia, graças ao seu presidente, Rodrigo Pacheco, que engaveta todos os pedidos de impeachment que chegam às suas mãos. 

Os senadores há muito tempo têm conhecimento dos inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, utilizando delegados da polícia federal escolhidos a dedo para promover uma imensa operação de “fishing expedition” contra seus adversários políticos. O desrespeito ao devido processo legal e a violação ao sistema acusatório são marcas dos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro e já foram denunciados pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que promoveu o arquivamento do inquérito das Fake News, também conhecido como “Inquérito do Fim do Mundo”, e também por inúmeros juristas, inclusive em livros como “Inquérito do fim do Mundo”, “Sereis como Deuses”, e no mais recente “Suprema desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil”. O ministro Alexandre de Moraes também já foi chamado de “xerife” pelo então colega Marco Aurélio Mello pelos excessos cometidos em seus inquéritos. Apesar das constantes denúncias, o Senado brasileiro segue inerte. 

Os senadores sabem sobre os jornais que foram “estourados” e tiveram todos os seus equipamentos apreendidos, e sabem sobre os jornalistas perseguidos, presos e exilados. Os senadores não apenas foram informados sobre a invasão de residências de cidadãos e apreensão de bens, mas também viram, sem qualquer reação, a quebra de sigilos de um de seus próprios membros, o senador Arolde de Oliveira. Os senadores sabem que muitos meios de comunicação vêm sendo censurados há muito tempo. Os senadores souberam sobre a prisão do deputado Daniel Silveira, em pleno exercício do mandato, por palavras em um vídeo. Foram informados sobre a perseguição a jornalistas, censurados, impedidos de exercerem sua profissão, e com bens e redes sociais bloqueados. Os senadores sabem que ativistas passaram um ano em prisão domiciliar, sem sequer denúncia, obrigados a permanecer em Brasília, mesmo morando em outros estados. Sabem sobre a prisão de Roberto Jefferson,  presidente de um partido, e sua destituição do cargo a mando de Moraes. Os senadores sabem da censura a parlamentares. Os senadores sabem que jornais, sites e canais conservadores têm sua renda confiscada há mais de um ano. Os senadores sabem sobre as prisões em massa sem individualização de condutas, sob acusações descabidas. Os senadores sabem sobre as multas estratosféricas e confiscos de propriedade. Os senadores conhecem muitos outros fatos.  Mesmo assim, todos os pedidos de impeachment, projetos de lei, e requerimentos de CPI seguem enchendo as gavetas do sr. Rodrigo Pacheco. 

Há quase quatro anos, o ministro Alexandre de Moraes conduz, em segredo de justiça, inquéritos políticos direcionados a seus adversários políticos. Em uma espécie de “parceria” com a velha imprensa e com a extrema-esquerda, “matérias”, “reportagens” e “relatórios” são admitidos como provas, sem questionamento, substituindo a ação do Ministério Público e substituindo os próprios fatos, e servem como base para medidas abusivas, que incluem prisões políticas, buscas e apreensões, bloqueio de contas, censura de veículos de imprensa, censura de cidadãos e parlamentares, bloqueio de redes sociais, entre muitas outras medidas cautelares inventadas pelo ministro, sem qualquer chance de defesa ou acesso ao devido processo legal. 

O mesmo procedimento de aceitar depoimentos de testemunhas suspeitas e interessadas, e tomar suas palavras como verdadeiras, se repete em diversos inquéritos nas Cortes superiores. A Folha Política já teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos a mando do ministro Alexandre de Moraes. Atualmente, toda a renda do jornal está sendo confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, com o aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Há mais de 19 meses, todos os rendimentos de jornais, sites e canais conservadores são retidos sem qualquer base legal.  

Se você apoia o trabalho da Folha Política e pode ajudar a impedir o fechamento do jornal, doe qualquer valor através do Pix, utilizando o QR Code que está visível na tela, ou o código ajude@folhapolitica.org. Caso não utilize PIX, há a opção de transferência bancária para a conta da empresa Raposo Fernandes disponível na descrição deste vídeo e no comentário fixado no topo.

Há 10 anos, a Folha Política vem fazendo a cobertura da política brasileira, quebrando a espiral do silêncio imposta pelo cartel midiático que quer calar vozes conservadoras. Pix: ajude@folhapolitica.org


Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário :

Postar um comentário