Em transmissão ao vivo, o embaixador Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, avaliou o risco de a China invadir e tomar o território de Taiwan por uma ação militar. O ex-chanceler explicou que, apesar do interesse na incorporação da ilha, a invasão chinesa pode não ocorrer por meio de um confronto militar direto, mas, sim, por meio de sucessivas aproximações e intimidações, contando com o enfraquecimento dos EUA e com a ameaça de subjugar a elite política do país vizinho.
O diplomata analisou: “O ataque pode tomar muitas formas. Para a China, o melhor negócio seria tomar Taiwan sem atacar. Uma progressiva criação de influência e, sobretudo, com o afastamento da influência americana e da proteção dos Estados Unidos, que eles proporcionam a Taiwan. Claro, atacar, mas se a China atacar Taiwan hoje, os Estados Unidos ainda teriam estamina, ou seja, vontade política, determinação para defender Taiwan. Seria um custo enorme”.
Araújo prosseguiu: “O problema para a China não é custo material, a questão é conseguir o máximo possível com o mínimo de recursos. Não é que estejam preocupados com vidas que se perderiam ou não, infelizmente. Desculpem, mas é assim. Mas então o que seria mais negócio para eles? Dizem que a China está sempre querendo fazer negócio. Então, ao meu ver, é esse negócio que eles querem fazer. Contar com o progressivo enfraquecimento dos Estados Unidos”.
O diplomata explicou que, com o progressivo enfraquecimento dos Estados Unidos, o apoio a Taiwan vai diminuindo, assim como a possibilidade de enviar ajuda militar no caso de uma invasão. Araújo disse: “Então os Estados Unidos hoje iria. No ano que vem, iria, mas arrastando mais o pé. Daqui uns três anos, se a coisa continuar assim, se o Biden for reeleito, imagina, como é que ele vai subir escada de avião daqui a quatro anos? E defender Taiwan, então, daqui a quatro anos?”.
Ernesto Araújo resumiu: “Então, o negócio da China é mostrar para os taiwaneses, cada vez mais, falar que vai tomar o território e perguntar se os EUA vão defender. E o taiwanês hoje olha e fala que os Estados Unidos vão defender. Amanhã, já não sabe. Daqui a um tempo, pode perguntar se o americano vai defender. Se perceber que não vai, o chinês ameaça invadir e mat** toda a elite do governo taiwanês. Então, sentam para negociar e incorporam Taiwan sem guerra”.
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