O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou, pelas redes sociais, que revogou o visto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e de pessoas próximas a ele, além de outros ministros da Corte. Rubio afirmou: “O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou claro que seu governo responsabilizará cidadãos estrangeiros que forem responsáveis por censurar a liberdade de expressão nos Estados Unidos. A perseguição política conduzida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão amplo que não apenas viola os direitos fundamentais dos brasileiros, como também ultrapassa as fronteiras do Brasil para atingir cidadãos americanos. Por isso, ordenei a revogação imediata dos vistos de Moraes, de seus aliados na Corte e de seus familiares diretos”.
Marco Rubio também compartilhou o artigo do jornalista Michael Shellenberger, que explicou as sanções. Ao divulgar o anúncio nas redes sociais, Shellenberger disse: “a velha imprensa disse que Trump era ‘cão que ladra e não morde’, na defesa da liberdade de expressão e da democracia no Brasil; mas agora ele impôs uma proibição de viagem aos ministros da Suprema Corte que estão processando o ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso ocorreu horas depois da polícia invadir a casa dele”.
Michael Shellenberger escreveu:
“Quando o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou em maio novas restrições de visto a autoridades estrangeiras que censuram americanos na internet, muitos membros da elite brasileira zombaram, descartando a medida como puro espetáculo. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o poderoso por trás do amplo regime de censura do Brasil — e o homem que acaba de proibir o ex-presidente Jair Bolsonaro de concorrer novamente no ano que vem —, teria dito a aliados que Donald Trump não levaria a medida adiante e que nada resultaria da ameaça de Rubio.
Mas agora o Departamento de Estado, sob o comando de Rubio, proibiu a entrada nos Estados Unidos não apenas de Moraes, mas também de seus aliados no Supremo Tribunal Federal e de seus familiares diretos. “Moraes tem governado com tirania sem que houvesse qualquer sinal de oposição”, disse um funcionário do governo Trump. “Essa medida permitirá que a resistência dentro do Brasil comece a se manifestar cada vez mais.”
A decisão ocorre em um momento dramático. Poucas horas atrás, a polícia federal do Brasil fez uma operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, que determinou ainda: o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais, e proibição de contato com autoridades estrangeiras.
Segundo a CNN, as autoridades brasileiras acusam Bolsonaro e seu filho, um deputado federal, de colaborarem ilegalmente com o governo Trump para impor sanções. O presidente Lula disse à CNN que o Brasil processaria Trump se ele tivesse feito no país o que fez nos EUA no dia 6 de janeiro.
Questionado se o governo Trump estava retaliando Moraes pela sentença contra Bolsonaro, um funcionário classificou a operação policial como “uma intensificação da perseguição que o presidente Trump tem denunciado” e afirmou que “a arquitetura da perseguição está ligada à arquitetura da censura, porque ambas fazem parte do mesmo sistema, e o líder desse sistema é Moraes.”
A elite brasileira é conhecida por seu cosmopolitismo e pelo gosto de viajar para Nova York, Miami, São Francisco e outras cidades americanas. “Frequentemente, as autoridades estrangeiras em questão têm esposas com vínculos sociais e hábitos de consumo nos Estados Unidos,” disse o funcionário do governo Trump, “e, por isso, proibições de viagem podem ser eficazes.”
Um funcionário do governo Trump não revelou os nomes dos outros ministros do Supremo que também estão proibidos de entrar nos EUA, mas disse que a lista foi preparada pelo Subsecretário de Diplomacia Pública, Darren Beattie, com base na “política de vistos 3C” anunciada por Rubio em maio.
Moraes, o presidente do Brasil e seus aliados há muito tempo chamam de “interferência estrangeira” as críticas à sua política de censura e à perseguição a Bolsonaro. “A Justiça brasileira deve ser respeitada,” disse o presidente Lula na rede X na semana passada, após Trump impor tarifas de 50% ao Brasil. “Somos um grande país soberano com tradição histórica de diplomacia com todas as nações. O Brasil adotará as medidas necessárias para proteger seu povo e suas empresas.”
O funcionário do governo Trump rejeitou as acusações de interferência, destacando que a censura no Brasil tem afetado cidadãos americanos. “O governo Trump há muito tempo desaprova a censura coordenada por Moraes, que não afeta apenas o povo brasileiro, inclusive o ex-presidente Bolsonaro, mas também atinge americanos e interfere no direito à liberdade de expressão dos EUA”.
O Congresso brasileiro ainda pode conceder anistia a Bolsonaro e aos manifestantes presos pelo protesto de 8 de janeiro de 2023, que tem semelhanças com o ocorrido em Washington, D.C., em 6 de janeiro de 2021”.
O deputado Marcel Van Hattem se manifestou em vídeo, apontando que Trump está defendendo a soberania dos Estados Unidos, e disse: “Nós precisamos trabalhar em conjunto. Precisamos voltar às ruas. Não podemos ter medo. Nós precisamos fazer o Congresso Nacional voltar do recesso. É preciso que ajamos contra esse arbítrio, esse autoritarismo. O que foi feito hoje no Brasil foi um ato de perseguição política claríssima para os olhos do mundo. Ontem o Lula disse que o Judiciário é independente, que a oposição é traidora da pátria, e no dia seguinte o Alexandre de Moraes bota efetivamente Jair Bolsonaro na cadeia”.
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