O senador Eduardo Girão, ao discursar no Senado, comentou o encontro de Lula com o presidente americano, Donald Trump, que nada mudou em relação às tarifas impostas ao Brasil. O senador apontou: “vamos esperar que realmente se encerre essa questão de tarifaço para o Brasil. O Brasil tem uma parceria histórica e, muito embora nós estejamos passando por um momento de abusos - alguns Ministros do Supremo Tribunal Federal desrespeitando direitos humanos, de forma muito clara, perseguindo quem pensa diferente, adversários -, mas o Brasil não pode sofrer com tarifaço. Isso é inaceitável”.
Eduardo Girão disse acreditar que haja outras formas de enfrentar as violações de direitos humanos que causaram o tarifaço, e lembrou: “a gente sabe que o Senado Federal deveria fazer parte da solução do problema. Eu acredito que, segundo a nossa prerrogativa constitucional, a gente poderia analisar pedidos de impeachment, faz parte do nosso dever quando tivermos abusos, e nós já tivemos muitos. Pelo menos desde 2019, quando eu cheguei, foram dezenas deles que nós apontamos, nós fizemos aí uns 80 pedidos de impeachment, inclusive com aditamentos, especialmente no superpedido de impeachment do Ministro Alexandre de Moraes, assinado aí por 147, se eu não me engano, Deputados Federais; 41 Senadores da República, a maioria do Senado; 2 milhões de brasileiros, que assinaram rapidamente numa campanha que aconteceu aí, espontânea, da população; dois brilhantes juristas: Dr. Rodrigo Saraiva Marinho e Dr. Sebastião Coelho - então muitos aditamentos nós tivemos nesse superpedido -, mas tem outros igualmente importantes, com dados robustos, com documentos, que não foram analisados pelo Senado. Se o Senado tivesse analisado isso, certamente o Brasil não estaria passando por esses vilipêndios, por esse caos institucional que eu vejo claramente, e boa parte da população. Se o Senado estivesse trabalhando como deveria, nós não precisávamos, inclusive, de ajuda internacional para fazer essas denúncias; poderíamos resolver com as nossas forças democráticas dentro do nosso país. Mas, infelizmente, a gente ainda vê um Senado que não consegue se levantar, mesmo sendo bicentenário, e tem um jogo de interesses, de autoproteção. Eu acho que o foro privilegiado é a grande chaga deste país, que promove aquele símbolo do infinito, que faz com que um Poder proteja o outro Poder”.
O senador defendeu a anistia aos presos e perseguidos políticos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal: “eu vejo que defender a vida, a família, a ética, a liberdade, que eu nunca esperei que seria tão afrontada durante esses tempos, mas estamos vivendo juntos isso; uma caçada a quem é de direita, a quem é conservador no país, assim, ensandecida, que a gente vê hoje, dos poderosos de plantão. Mas vamos resistir, o bem vai prevalecer e a justiça também. Por isso que eu sou favorável à anistia já, para reconciliar o nosso país, repacificar a nossa nação. Não vejo outro caminho. Se tiver outro, estamos abertos, porque ninguém é dono da verdade, ninguém é dono da razão. O Senhor é que é o tempo da razão, nosso Pai, Jesus Cristo, Deus”.