quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Bolsonaro faz desafio ao ministro Alexandre de Moraes e afirma: ‘interessa para você ter um presidente refém teu’


Em live transmitida pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro voltou a abordar as ações do ministro Alexandre de Moraes, que quebrou o sigilo do seu ajudante de ordens, e acusou o ministro de “vazar” os dados para a velha imprensa. 

Bolsonaro mencionou o debate que ocorrerá mais tarde, e lembrou: “sabemos quem é a Globo, quem é o William Bonner. Sabemos o que pretendem: pretendem voltar a mandar no governo, voltar a ganhar dinheiro”. O presidente pediu aos cidadãos que considerem a situação dos países vizinhos, lembrando que os ditadores que se instalaram pela América do Sul são todos amigos do ex-presidente Lula, que, em seu governo, financiou diversas ditaduras. 

O presidente comentou as últimas polêmicas do ministro Alexandre de Moraes, desafiando-o a publicar os valores dos gastos da primeira-dama. Bolsonaro disse: “prezado Alexandre de Moraes, já que você abriu o inquérito, e você quebrou o sigilo do meu ajudante de ordens, divulga os valores. Seja homem, Alexandre de Moraes, divulga os valores”. 

O presidente disse: “nós sabemos de que lado você está. Você não quer o Lula, você quer o Alckmin. Interessa para você ter um presidente refém teu. Ou o Lula, que não foi inocentado, ele foi é descondenado”. Bolsonaro prosseguiu: “você quer um presidente, Alexandre de Moraes, refém teu. E eu não sou refém teu. Se eu fosse, não teria assinado a graça do deputado Daniel Silveira”. 

O presidente apontou que a quebra dos sigilos de seu ajudante de ordens teria por objetivo o acesso às suas mensagens, e disse: “isso não é papel de homem, é de moleque”. O presidente acrescentou: “você abusa do poder que você tem para tripudiar das pessoas”.

Bolsonaro mencionou também a polêmica em torno do gesto de “degola” feito por Moraes durante julgamento de ação envolvendo o presidente. Bolsonaro lembrou que seu assessor, Filipe Martins, foi processado e duramente atacado por toda a velha imprensa por causa de um gesto, e comparou: “agora aqui, claramente com raiva do ministro Carlos Horbach, que votou para que eu pudesse fazer a live, fez o gesto para cortar a cabeça de alguém, talvez do ministro”. O presidente enfatizou que o grupo UOL, da velha imprensa, prontamente justificou a atitude do ministro, afirmando tratar-se de uma “brincadeira”. Bolsonaro disse: “O cara está ali na mesa, conduzindo o processo eleitoral, onde está em jogo a liberdade, o futuro dos brasileiros, e ele vai pra brincadeira?”. 

Bolsonaro apontou que as “pesquisas” divulgadas hoje apontam para uma vitória de Lula no primeiro turno, mas Lula não consegue reunir pessoas em eventos e não sai às ruas. O presidente assinalou: “olha o trabalho dos três ministros do Supremo que estão lá no TSE”, lembrando que um dos ministros chegou a convocar embaixadores para pedir que reconheçam imediatamente o resultado das eleições. Bolsonaro disse: “só faltou falar “Lula””. 

O presidente pediu aos cidadãos que votem, com camisas verde e amarelas, e disse: “participe, e deixe o resto pro lado de cá. Deixe com a comissão de transparência eleitoral, que ali estão FFAA, PF, CGU, entre outros”. 

Essa promiscuidade entre a velha imprensa e inquéritos conduzidos nas cortes superiores, apontada pelo presidente, resulta em intensa perseguição a veículos conservadores independentes, como a Folha Política. O jornal, que já teve todos os seus equipamentos apreendidos a mando do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, agora tem toda a sua renda confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral, com o respaldo e aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Há mais de 14 meses, todos os nossos rendimentos são retidos, sem qualquer base legal. 

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