Durante um aparte ao senador Jorge Seif, que protestava contra a crescente censura e perseguição a jornalistas, o senador Marcos do Val falou sobre a importância de resgatar a democracia e o estado de direito no País. Ele iniciou sua fala dizendo que Seif estava “dissipando a agonia que fica presa aqui na garganta”.
O senador relatou que participou de um fórum internacional de inteligência e segurança nos parlamentos, onde o Brasil foi citado. Ele explicou que os países participantes demonstraram preocupação com a instabilidade gerada por Lula ao se aproximar de ditaduras comunistas.
O senador disse: “se o Brasil está se aproximando de países ditatoriais, antidemocráticos, os outros países vão se afastar daqui, vão parar de comprar, vão parar de investir. A gente já está chegando a quase R$1 bi de recursos que estão indo para outros países, que deixaram de investir aqui no Brasil. Nós vamos sentir o desemprego, o caos, no ano que vem”.
Marcos do Val prosseguiu: “Outra preocupação deles é quem? O Ministro Alexandre de Moraes. A instabilidade jurídica no país tem um nome. Não é STF, é Ministro Alexandre de Moraes. Citaram o nome dele. Então, ele já é um problema mundial”. Ele explicou: “E, debatendo com eles, tentando achar uma forma de frear o Ministro Alexandre de Moraes, que tomou o STF para ele também, não tem outra... Olhando todas as formas possíveis, chamar as instituições internacionais e tal... Não tem jeito. A única maneira de a gente botar freio no Ministro Alexandre de Moraes é aqui, no Senado Federal. Não tem outra instituição no mundo. Isso, agora, cabe a nós”.
O senador listou uma série de excessos e arbitrariedades do ministro, inclusive a invasão de seu gabinete parlamentar e as prisões em massa de manifestantes que estavam em frente ao QG de Brasília, e apontou: “dizia que era o Presidente Bolsonaro que esticava corda, que confrontava, que trazia essa instabilidade… O Bolsonaro nem está mais no governo, mas o Ministro continua. Então, não dá para duvidar de quem era o que instigava”.
O senador fez uma revelação: “por azar do Presidente Lula, por eu ter sido instrutor muitos anos, um dos alunos meus, fazia a proteção do Presidente Lula quando ele decidiu ir para Araraquara. Mudou a rota do avião, como eu disse para vocês, e - a fala clássica, essa não tem como provar, mas é clássica - disse: Vamos aproveitar para acabar com os bolsonaristas. Essa foi a fala dele. Por isso é que desde janeiro eu comecei a estar na raiva da impunidade, na raiva de não ser, não seguir a questão democrática. E aí me incluíram no inquérito para calar a minha boca, para me censurar. Vamos censurar do Val, bota ele no inquérito”.
O senador concluiu sua intervenção mostrando áudios do ministro Alexandre de Moraes, expressando posturas que são diametralmente contrárias à sua atuação nos inquéritos, e apontou: “Não sou eu que estou dizendo”.
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