Da tribuna da Câmara, a deputada federal Silvia Waiãpi rebateu as narrativas envolvidas no veto feito por Lula à lei do Marco Temporal aprovada pelo Congresso para reagir ao Supremo Tribunal Federal. A deputada explicou: “a sociedade brasileira precisa entender que o marco temporal não é só uma questão de dizer se uma terra é ou não é indígena. Nós, neste Parlamento, aprovamos o marco temporal com o argumento de que ele configura nada mais, nada menos o que dispõe a Constituição, que reconheceu a nós povos indígenas, no art. 231, finalmente, como cidadãos com direitos”.
A deputada explicou que a “revisão” da Constituição que vem sendo empreendida pelo Supremo extingue direitos. Ela disse: “Hoje nós vemos o revés do direito, inclusive, para todo o povo brasileiro, no momento em que não existe mais idade cronológica para dizer se a terra é ou não é indígena”.
A deputada afirmou: “Eu não falo aqui assim porque sou indígena, porque sou amarela, porque sou verde, mas sim porque sou brasileira e quero defender a soberania deste País. E este Parlamento, no Congresso Nacional, tem que atuar veementemente porque todos esses vetos que o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez — e que condenaram o nosso País e a soberania desta Nação — precisam cair”.
O deputado Coronel Chrisóstomo, falando em seguida, reforçou as palavras de Silvia Waiãpi. Ele lembrou que, assim como ela, ele também tem origem indígena, e disse: “É triste, minha colega indígena, termos um Presidente, barbudinho, mentiroso, ex-presidiário, que não fala para os brasileiros. Ele fala só para aqueles que gostam de retirar dinheiro do povo, para aqueles que gostam de aumentar impostos para botar dinheiro no bolso ou para levar para paraísos fiscais. Eu me envergonho diariamente de tê-lo como meu Presidente. Infelizmente, ele não gosta de indígena. Ele odeia indígena. Ele gosta de explorar os indígenas, mas não gosta de indígenas”.
Coronel Chrisóstomo ironizou o que chamou de “indígenas cosplay” da esquerda e disse que os índios reais não querem mais terras. Ele afirmou: “Eles querem implementos agrícolas. Eles querem máquinas para cuidar das suas terras. Eles querem saúde, para cuidar das suas crianças, das suas mulheres. Eles querem respeito. Eles querem poder plantar os seus produtos para manter a sua família e vender o excedente. Eles querem ser reconhecidos como qualquer outro brasileiro. Agora, isso esse Governo não sabe. Esse Governo vem aqui e mente”.
O deputado lamentou: “Esse Governo, quando assumiu o Brasil, disse: "Atenção! Lembram o que nós fizemos no passado? Nós vamos fazer agora pior, porque nós aprendemos a fazer melhor; aprendemos a fazer melhor o mal". Infelizmente, Srs. Parlamentares, isso nos entristece, porque o que o Brasil precisa é de respeito, de trabalho”.
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