O desembargador aposentado Sebastião Coelho participou do Simpósio Conservador “Ordem e Progresso” em Samambaia, no Distrito Federal, quando alertou sobre a necessidade de uma resistência conservadora organizada em torno de valores para recuperar a democracia e o estado de direito no Brasil.
O desembargador lamentou: “nada é mais odioso do que o cidadão olhar para um juiz e dizer ‘esse juiz é injusto’. Agora, imaginem olhar para os juízes da suprema corte de um país e dizer ‘eu não acredito em vocês’”. Ele lembrou que já disse isso pessoalmente aos ministros, e estava repetindo para os jovens: “a nação brasileira não acredita nos senhores. Porque somos raivosos? Não. Pelo que os senhores fazem. O caos social que se avizinhará terá a responsabilidade exclusiva da suprema corte do país”. Coelho explicou: “não, não será esse governo que levará ao caos, e sim a suprema corte do país”.
Sebastião Coelho explicou a necessidade de ter uma estratégia e a importância de, para ter uma estratégia, conhecer a si mesmo e saber quais são os valores que se considera inegociáveis. Ele apontou: “quando nós temos valores inegociáveis, nós sabemos aonde queremos chegar”.
O desembargador lembrou que se tornou conhecido ao deixar a corregedoria eleitoral para não se submeter a orientações de indivíduos como Alexandre de Moraes. Ele disse: “Não basta ser a resistência, tem que ter projeto. E quando começa? Agora”. Coelho apontou que, enquanto muitos cristãos se afastaram da política, “o diabo tomou conta da política”. Ele explicou a necessidade de “eleger a maior quantidade possível de cristãos, pessoas que defendam, sem medo, Deus, pátria, família e liberdade”, e explicou que isso precisa começar agora.
Sebastião Coelho rebateu declarações do ministro Gilmar Mendes, afirmando a responsabilidade dos ministros. Ele questionou :”Como pode uma nação ver, pacificamente, a suprema corte do país praticar os abusos que pratica impunemente?”.
O desembargador lembrou: “desde março de 2019, o Brasil está vivendo sob o império do medo. Imposto por quem? Imposto pelo Supremo Tribunal Federal, quando o senhor ministro Dias Toffoli, que era o advogado do PT e foi nomeado por Lula, criou o inquérito 4781, ilegal, e mais do que ilegal, imoral, e colocou nas mãos do Alexandre de Moraes para intimidar essa nação”.
Coelho apontou ainda a captura de instituições como a OAB, lembrou que, ao fazer uma sustentação oral no STF, defendendo um dos presos do dia 8, os ministros se irritaram, e a OAB tomou o partido dos abusadores e não dos advogados. Ele lembrou ainda que, recentemente, o ministro debochou da Ordem. Ele disse: “o ministro Alexandre de Moraes tirando sarro da cara dos advogados, que vai dar 4 mil curtidas de twitter. OAB: bem-feito. Vocês merecem. A omissão de vocês levou a este estado de coisas. Precisou um cadáver. Precisou sangue nas mãos de Alexandre de Moraes para esta nação acordar, começar a despertar”.
Sebastião Coelho mencionou as manifestações que já iniciaram, pedindo ao senado que afaste Moraes, e disse: “o Senado é a única instituição do país que tem a prerrogativa constitucional para parar o STF, e inclusive processar e retirar os ministros”. Ele relatou: “Esta semana - estivemos na frente do STF, dissemos claramente que não queremos Alexandre de Moraes como ministro dessa corte, e demos prazo a Pacheco, presidente do Senado. Ele tem até o dia 8 para abrir processo contra Alexandre de Moraes”. O desembargador anunciou: “no dia 10, levaremos uma faixa “fora Rodrigo Pacheco”. E explicou: “é a forma de começar a transformação. Não adianta nenhum projeto político, se esse projeto puder ser barrado pela Suprema Corte, mais ainda, por um único ministro”.
O desembargador deu outros exemplos de falas de ministros que mostram a politização aberta da corte, que tomou um lado. Ele apontou: “o tribunal está embarcado em uma ideologia e em um plano de governo”
Sebastião Coelho afirmou: “precisamos de ordem e nosso país precisa de progresso. Mas, para isso, precisa que os conservadores nos levantemos”. Ele alertou: “Se não acordarmos agora para fazermos a resistência, em pouco tempo nós não teremos mais esse microfone, uma transmissão como essa. Tudo vai ter que passar pela censura antecipada”.
Coelho pediu a união e mobilização das pessoas que têm valores e chamou para manifestações para cobrar dos ministros a morte de um preso político. Ele disse: “o nome deste cidadão é Clériston Pereira da Cunha, que morreu nas mãos do Estado, sob a responsabilidade do seu tribunal”.
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