sábado, 3 de fevereiro de 2024

Ex-diretor da ABIn, Delegado Ramagem quebra o silêncio após operação de Moraes, do STF, e mostra quem comandava ‘Abin paralela’: ‘eu exonerei’, ‘voltou no governo Lula’


O deputado Delegado Ramagem, em vídeo divulgado pelas redes sociais, rebateu as narrativas que estão sendo propaladas pela velha imprensa sobre uma suposta ‘Abin paralela’ que agiria sob seu comando. O deputado explicou que o sistema First Mile existe, foi comprado na gestão do ex-presidente Michel Temer, não faz interceptação de comunicações, e apenas oferece uma localização grosseira dos alvos, sendo utilizado por diversas instituições. 

Ramagem apontou: “vamos ver quem, na Abin, estava fazendo uso dessa ferramenta”. O deputado fez um relato do que ocorreu desde que, em março de 2020, mapeou os processos dentro da Abin e havia suspeitas sobre o uso do sistema First Mile. Os levantamentos, feitos juntamente com servidores da Corregedoria-Geral da União e da Advocacia-Geral da União, trouxeram ressalvas sobre o First Mile, que era utilizado por um departamento específico, o departamento de operações. 

Ramagem relatou que solicitou informações detalhadas a esse departamento, que se recusou a responder. Após a recusa, Ramagem exonerou o responsável por aquele departamento. O deputado disse: “nós não ficamos satisfeitos, nós fomos direto ao departamento de operações. Quando foi provocado a informar sobre a regularidade, como estava sendo utilizada a ferramenta, se havia algum controle, não nos informava nada. Isso culminou na exoneração do diretor de operações, com a portaria de 24 de agosto de 2021. Exoneramos. Vamos voltar a esse servidor que eu exonerei mais à frente. Exoneramos o diretor de operações em razão do First Mile”.

O deputado relatou que, na semana seguinte a essa exoneração, ele determinou uma investigação específica sobre o First Mile, que resultou em três sindicâncias investigativas, abertas por ele, após um procedimento administrativo indicar problemas com o First Mile, ainda em 2021. 

Ramagem explicou que, quando a auditoria que ele fez foi concluída, foram iniciados procedimentos para a investigação de crimes naquele departamento. Ele prosseguiu: “no governo Lula, quem voltou para a alta administração da Abin? A pessoa, o servidor que eu exonerei. Voltou em posição superior, voltou como Secretário de Planejamento e Gestão - a função que faz todas as investigações. Segundo as notícias, ele que tem suspeita de estar apagando logs. Quando houve busca e apreensão na casa dele, foi lá que encontraram 170 mil dólares, quase um milhão de reais. Você está verificando quem era a Abin paralela e quem estava fazendo as devidas fiscalizações do sistema”.

O deputado mostrou a fragilidade da acusação contra ele, mostrando que não há um único registro de sua utilização desse sistema. Ramagem disse: “o que a gente quer é uma persecução penal devida, não perseguição. O que a gente quer é devido processo legal, devida construção de conjunto probatório. Como é que uma investigação dessas se volta contra a pessoa que deu início à investigação? Como cumprem mandado de busca e apreensão na minha casa sem apontar nada meu vinculado a essas consultas? E não há, porque eu não fiz nenhum pedido, direta ou indiretamente, formal ou informalmente. A verdade aparece”. 

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