domingo, 4 de fevereiro de 2024

Bolsonaro denuncia ditadura de Moraes em entrevista a canal português: ‘Estamos vivendo, sim, uma ditadura aqui, onde todos têm medo’


O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista ao jornalista português Sérgio Tavares, na qual denunciou a ditadura vigente no Brasil, explicando o papel do Supremo Tribunal Federal em conjunto com o governo Lula e o apoio da velha imprensa. Bolsonaro iniciou sua participação lembrando que “o Supremo Tribunal Federal tirou o Lula da cadeia e depois o tornou elegível”. O ex-presidente também explicou que ministros do STF também fazem parte do TSE, e disse: “três dos seus ministros compõem o TSE, também trabalharam lá fazendo gestões para eleger Lula a qualquer preço”. 

Bolsonaro explicou que há uma intensa perseguição contra ele e contra conservadores, exemplificando com o episódio do 8 de janeiro, que ele chamou de “Capitólio Tupiniquim”, apontando que houve uma verdadeira armadilha contra alguns manifestantes. Ele disse: “no dia 8 de janeiro, houve aqui uma armadilha, que eu chamo de “Capitólio Tupiniquim”, onde houve uma convocação de última hora, brasileiros de verde e amarelo foram para a região da Praça dos Três Poderes, e houve invasão e depredação de prédio público.  Se bem que quando esses brasileiros chegaram lá, já estava tudo depredado”.

O ex-presidente descreveu os absurdos da perseguição política aberta: “Primeiro, eles querem vincular a minha pessoa, a qualquer custo, ao que aconteceu no dia 8 de janeiro, e não conseguem achar nada, porque eu estava fora do Brasil e não participei de absolutamente nada. Muitos daqueles que participaram - alguns erraram -  estão sendo condenados a penas de 17 anos de cadeia pelo Supremo Tribunal Federal. Não deviam ser julgados lá. O julgamento, para quem não tem foro privilegiado, é na primeira instância, mas o Supremo Tribunal Federal, na pessoa do seu ministro Alexandre Moraes… Ele mesmo conduz todo o inquérito, e ele mesmo faz o relatório, e ele conduz a votação, de modo que as condenações aqui são pesadas - 17 anos de cadeia”. 

Bolsonaro relatou como é a perseguição sobre ele, mostrando os casos dos escândalos criados em torno de pretextos absurdos. Ele disse: “no tocante à minha pessoa: perseguição em cima de perseguição. Tudo fazem para achar uma maneira de me condenar. Mas não acham nada, porque não tem nada. Fiz um governo limpo no Brasil. No ano passado, sofri busca e apreensão na minha casa, porque eles estavam procurando um cartão de vacina. E eu não tomei vacina, então não tinha cartão de vacina. Eles achavam que eu tinha um cartão falsificado de vacina. Não acharam nada”.

O ex-presidente prosseguiu lembrando que fez uma live com seus filhos, com grande audiência, e citou a questão da Venezuela, onde os opositores com chances na eleição presidencial foram retirados da disputa pela suprema corte de lá. Bolsonaro disse: “o Maduro tomou uma decisão que realmente surpreendeu a todos. Ele manda na justiça lá, como aqui o Executivo manda na justiça eleitoral no Brasil, e resolveram tornar a então deputada Maria Corina inelegível, juntamente com Capriles. Inelegíveis por 15 anos. E no Brasil, não é diferente. Fizeram a mesma coisa comigo”. 

Bolsonaro explicou: “ou seja: o Brasil está perfeitamente alinhado com a Venezuela. Todos os opositores aqui estão sendo cassados, ou tornados inelegíveis. Todas as ações do Tribunal Superior Eleitoral são em cima de deputados e senadores conservadores. Então, é essa a situação em que o Brasil se encontra”. O ex-presidente acrescentou: “Teria muito a falar. É muito mais grave o que acontece no Brasil do que eu estou relatando agora. Estamos vivendo, sim, uma ditadura aqui, onde todos têm medo de usar o telefone celular e trocar informações na rede de WhatsApp” 

O ex-presidente explicou ainda como a ditadura tem o apoio e o suporte da velha imprensa. Ele exemplificou: “a ditadura que é conduzida pelo Ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tem o apoio da Imprensa brasileira, como por exemplo: a busca e apreensão na casa de praia aqui na cidade de Angra dos Reis, onde estou no momento, foi para cima do meu filho. Não tinha nada a ver comigo. Mas, como eles sabiam que o meu filho estava aqui, porque a Live havia sido executada no domingo, a imprensa potencializa fake news. Por exemplo: falaram que eu havia fugido de barco quando a polícia federal chegou aqui. Deixo claro: a polícia federal sempre chega às 6 da manhã. Nesse dia, chegou às 7:30 da manhã. Eu já estava pescando no mar. Então, não houve fuga nenhuma nem minha nem dos meus filhos por ocasião dessa presença da polícia federal aqui em Angra dos Reis.  Também a TV Globo, em especial, divulgou que havia sido encontrado um computador da ABIn na casa do meu filho lá no Rio de Janeiro. Depois a própria Polícia Federal falou que não foi encontrado lá. Nada. E outra coisa importante:  a busca e apreensão foi feita em cima de uma mensagem de uma assessora do meu filho Carlos para o delegado Ramagem, como se essa mensagem houvesse sido trocada em 2020, quando o Ramagem ocupava a agência Abin. Na verdade, a mensagem foi em 2022, foi em outubro de 22.  O Ramagem já estava afastado da Abin há mais de de 5 meses e já era deputado federal eleito. Ou seja: mentira em cima de mentira por parte da Imprensa. E eles desmentem só horas depois, quando a notícia já mais do que circulou no Brasil e também fora do Brasil. A notícia chegou de forma distorcida”.

Bolsonaro prosseguiu expondo outra perseguição: “eu estou sendo investigado no Brasil agora, também, por importunar uma baleia. Olha a acusação! E marcaram o meu depoimento para a próxima quinta-feira, dia 7 de Fevereiro agora. Quarta-feira 7 de Fevereiro. E como já começou uma mobilização na cidade de São Sebastião, onde está previsto prestar depoimento, a polícia federal acabou de suspender o depoimento. Remarcou para o final do mês, na cidade de São Paulo, porque eles previram que haveria muita gente na cidade de São Sebastião”. 

O ex-presidente afirmou: “Obviamente, eles que marcam o local e o horário para depor. Estarei no final do do mês em São Paulo. Mas eu confirmei minha ida na quarta-feira agora dia 7 na cidade de São Sebastião. Então, haverá uma grande concentração. Se prevê mais de 20.000 pessoas presentes, numa pequena cidade, onde eu prestaria depoimento. Estarei presente, sempre ao lado do povo, e não adiantou eles mudarem o local  do depoimento. Faremos, sim, um ato político nesse próximo dia 7, quarta-feira, aqui em São Sebastião”. 

Questionado sobre a pandemia e sobre medidas autoritárias que estão sendo tomadas pelo governo Lula, Bolsonaro resumiu a situação: “se eu der uma posição minha aqui, eu posso ser preso amanhã cedo aqui no Brasil”. Ele acrescentou que o mesmo raciocínio se aplica a outros temas, cuja menção está proibida, dizendo: “quem duvidar, será preso. Preciso falar mais alguma coisa? Será preso (...) Será preso e não terá prazo para ser julgado e não terá data para sair da cadeia”. 

Questionado sobre os ataques à liberdade de expressão no Brasil e perseguição a jornalistas e cidadãos, Bolsonaro disse: “com menos de 1 milhão de dólares e um telefone celular, eu me elegi presidente da República em 2018.  A esquerda, vendo meu crescimento, tentou me ass**, com a fac*** que eu recebi no dia 6 de setembro de 2018. O delegado da polícia federal que fez um inquérito concluiu que o Adélio agiu de forma isolada. Bem, esse delegado, que teve essa conclusão, acabou de ser nomeado diretor de inteligência da polícia federal pelo senhor Lula da Silva. Ou seja, Lula presenteou esse delegado que chegou à conclusão que a fac** que eu tomei foi um mero maluco que deu a fac*** em mim”. Bolsonaro lembrou que pontos relevantes como o registro de entrada de Adélio Bispo na Câmara dos Deputados, foram solenemente ignorados na investigação. Ele disse: “e você pode ver: nesse mesmo dia, quase no mesmo horário que ele deu a facada em mim, uma pessoa tentou entrar na Câmara dos Deputados com o documento falso do Adélio Bispo. E por que isso? Se ele não fosse preso, poderia alegar que ele estava em Brasília. Seria o álibi perfeito. Nem isso a polícia federal investigou. No dia seguinte ao ataque, três advogados foram para Juiz de Fora, onde eu estava hospitalizado, para defender o Adélio. Você pode ver: dia 7 de Setembro, feriado nacional, três advogados, um com avião particular, vai para Juiz de Fora para defender a integridade do Adélio. Tá na cara que não foi isso: foi para dar o devido conforto ao Adélio, para ele ficar quieto, com toda a certeza que nada aconteceria com ele”. 

O jornalista Sérgio Tavares questionou Bolsonaro sobre a perseguição a jornalistas e parlamentares, relatando que recebeu informações de que “estão também a atacar todos aqueles jornalistas e profissionais que pensem diferente da esquerda e do governo”. Bolsonaro respondeu: “Olha, tem vários jornalistas que estão nos Estados Unidos, temos também no Paraguai, além de muitas pessoas do povo, também, porque a perseguição em cima de quem estava no dia 8 de janeiro do ano passado lá na Esplanada dos Ministérios, continua. Então eles saem daqui com medo de prisões. E já tivemos casos de condenações, aqui, de pessoas que nem estavam em Brasília. Ou seja, perseguição enorme em cima dos brasileiros. Vivemos, sim, uma ditadura em nosso Brasil, infelizmente”.

Questionado sobre o papel do Supremo Tribunal Federal, Bolsonaro explicou: “a maioria dos ministros do Supremo comemoraram muito a eleição do Lula, e alguns diziam lá que evitaram, com a eleição do Lula, que o Brasil se tornasse uma ditadura com Jair Bolsonaro”. Ele lembrou as ligações de Lula com ditadores de todo o mundo, além das posições de Lula contra o povo e contra a liberdade, apontando: “o Lula é esse tipo de gente que desgasta os valores familiares do Brasil, que ataca quem produz no Brasil, como por exemplo, ele detesta o agronegócio brasileiro, ele é contra o armamento do cidadão de bem, ele é um desarmamentista, ele ataca as religiões do Brasil, ele defende o aborto. Ou seja, é uma péssima pessoa em todos os aspectos, e essa pessoa foi colocada lá por essas pessoas, no meu entender, ou foi ajudado por essas pessoas dizendo que ele fez voltar a democracia ao nosso Brasil”.

Bolsonaro disse: “Completamente diferente do sentimento da grande maioria do povo brasileiro. Como eu te disse agora há pouco:  não haverá o depoimento do dia 7 quarta-feira aqui na cidade de São Sebastião aqui no Estado de São Paulo, mas eu me farei presente, e vocês verão a forma que a população se aglomera, se junta e se faz presente para me ouvir. Lula da Silva não consegue tomar um refrigerante numa padaria. Aqui no Brasil, as eleições dele foram comemoradas apenas dentro dos presídios. Nem no nordeste teve qualquer comemoração pela eleição do Lula”.

Ao concluir sua participação, Bolsonaro voltou a lembrar o papel da velha imprensa na consolidação da ditadura. Ele disse: “primeiro, antes de responder a tua pergunta, quero dizer que alguns jornais do Brasil estão criticando o Maduro, que tornou inelegíveis os seus opositores, mas não falam que aqui, foi um trabalho da Justiça Eleitoral, que o Lula tem dominância, que me tornou inelegível também. Então eles estão defendendo que a Maria Corina, na Venezuela, dispute a eleição, volte a ser elegível, mas não tocam no meu nome no tocante a isso”.

Bolsonaro afirmou: “No mais, nós temos que reagir”. Ele disse: “nós devemos conversar com quem está do nosso lado, os mais humildes, para mostrar os malefícios do comunismo, do socialismo e dos partidos de esquerda no Brasil e no mundo, para nós mudarmos a situação. Não podemos ficar calados, caso contrário eles vão dominar. Se a vida de vocês não está fácil hoje, pode ter certeza que ela ficará muito mais difícil no futuro, se nós não lutarmos. Então, a todos os portugueses, pessoal da Europa, América do Sul, vamos lutar por nossos países, por Deus, Pátria, família, liberdade, por liberdade de expressão, por liberdade econômica, vamos lutar pelo legítimo direito à defesa,  vamos fazer a nossa parte. Vamos continuar lutando, porque nós temos como vencer essa batalha.  Não vai ser fácil, mas eu tenho muita esperança,  muita fé em Deus, em primeiro lugar, que nós venceremos essa batalha”. 

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