domingo, 31 de março de 2024

Senador Sérgio Moro alerta sobre infiltração de organizações criminosas nas instituições brasileiras: ‘uma história tenebrosa de crime e de impunidade’


Da tribuna do Senado, o senador Sérgio Moro alertou sobre os perigos da infiltração do crime organizado nas instituições brasileiras, ao expor como o extremismo político influenciou para a demora nas investigações do caso Marielle Franco. O senador, que foi ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, relatou como a família da vítima recusou a federalização da investigação devido ao seu extremismo político. 

Moro lembrou: “Esse crime brutal, atroz, ficou vários anos sem ser resolvido, e eu tributo essa falta de resolução à polarização política, porque eu era Ministro da Justiça em 2019, e, naquela época, eu acompanhei o trabalho da Polícia Federal. A Polícia Federal havia constituído, aberto uma investigação, ainda por solicitação do Ministro anterior de Segurança Pública, o Raul Jungmann, para que verificasse uma hipótese de interferência indevida, uma fraude na investigação que então era realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro”.

O senador explicou que a hipótese de interferência indevida se confirmou, após o episódio em que a rede Globo mostrou um depoimento, que se revelou falso, de um porteiro que tentava ligar o crime ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Moro disse: “foi confirmado que havia sido plantada uma testemunha falsa na investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro para levar a investigação para um rumo que era o rumo errado e distanciá-la dos verdadeiros autores materiais e dos mandantes do crime”.

Sérgio Moro lembrou: “Ainda em 2019, surgiu o nome de Domingos Brazão como um possível mandante”. O senador prosseguiu: “influenciados pela polarização política e infelizmente mal-informados sobre as intenções do Governo de então, a família da vítima se manifestou na época contra a federalização das investigações. Eu tive a oportunidade de falar com eles e coloquei o meu posicionamento, que era importante que a investigação fosse feita pela Polícia Federal, mas, no entanto, houve essa resistência da família”.

O senador expôs a gravidade do que se revelou no inquérito que investigou a interferência nas investigações: “é um retrato tenebroso da segurança pública do Rio de Janeiro. É um retrato amargo do grau de infiltração de organizações criminosas nas instituições do Rio de Janeiro. E aí, nós estamos falando de Tribunal de Contas; e aí, nós estamos falando de Assembleia; e aí, nós estamos falando mesmo de representantes na Câmara Federal desta Casa, e igualmente em altos escalões da Polícia Civil. É uma história tenebrosa de crime e de impunidade”.

Após um aparte do senador Esperidião Amin, Moro alertou: “De fato, essas organizações criminosas crescem e são poderosas e se infiltram nas instituições. Se nós não tivermos um plano de segurança consistente, se nós continuarmos nesta posição de leniência com os criminosos, sejam criminosos que nós temos como comuns, sejam os grandes lordes e barões das drogas, sejam aqueles que se infiltram nas instituições para garantir impunidade a esses criminosos, nós vamos acabar perdendo essa luta contra a criminalidade” 

O senador lembrou que a atividade parlamentar deveria se focar em resolver os problemas para a população, ao invés de prolongar brigas políticas. Moro disse: “Se nós continuarmos nessa desunião, nessa polarização exacerbada, os únicos vitoriosos serão esses gângsteres, esses criminosos que muitas vezes se infiltram dentro das instituições públicas”. 

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