O senador Cleitinho mostrou, da tribuna do senado, áudios da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, sobre o episódio em que o ex-presidente Jair Bolsonaro visitou a embaixada da Hungria. Vídeos da visita de Bolsonaro à embaixada foram expostos por um jornal americano, e, por alguns dias, a velha imprensa brasileira fez um grande estardalhaço em torno desses vídeos, até perceber que não havia qualquer crime nem propósito em divulgar aquelas imagens, possivelmente obtidas de forma criminosa.
Cleitinho relatou que, questionado sobre o caso por um repórter, ele pediu comentários de Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente, dizendo: “estão me perguntando aqui, mas eu não sou casado com ele”. O senador expôs os áudios enviados por Michelle Bolsonaro em resposta à sua pergunta, nos quais ela diz ter plena confiança no marido e ironiza a preocupação da velha imprensa: “eu sou a esposa, eu é que deveria estar preocupada, né?”.
O senador Cleitinho comparou: “deveriam estar preocupados em financiar uma dama do tráfico para vir aqui conversar com ministro. Será que não é isso que é crime? Respeitem a família do ex-presidente Bolsonaro. Respeitem ele! Isso é medo de quê?”. Cleitinho apontou que o medo pode ser resultado das pesquisas eleitorais que mostram Bolsonaro, ou a própria Michelle, à frente de Lula nas intenções de voto.
Passando ao tema de seu discurso, o senador apontou os absurdos da gestão do dinheiro público. O senador apontou que leu um edital de compras do Supremo Tribunal Federal e comparou os preços com os de um supermercado. Ele disse: “edital de licitação do STF de água mineral. Não sei que água mineral é essa, não. A água mineral que eles estão fazendo a licitação… 109 mil garrafas de 500 ml. Sabe qual o valor de cada uma? R$ 2,90, quase 3 reais. Aí eu liguei no supermercado. (...) Esse supermercado que consegue compra grande paga 81 centavos. Oitenta e um centavos, enquanto o STF paga 2,90, quase 3 vezes mais. Sabe qual é o total? Trezentos e vinte e quatro mil reais. Sabe quanto é no supermercado? Oitenta e oito mil reais. Uma diferença de 236 mil reais. (...) Sabe por que faz isso? Porque o dinheiro não sai do bolso deles. O dinheiro sai do bolso de vocês”.
O senador mostrou ainda os preços da água com gás e sugeriu: “coloca um bebedouro lá. Vai fazer uma economia grande. Que água é essa? Tem mel?”. Cleitinho disse: “o patrão, que é o povo, bebe o quê? (...) O patrão, que é o povo, tem que ficar pagando 324 mil reais em garrafa de água pra ministro? Tem limite esse país aqui, pô! Tem limite. Põe um bebedouro aí e acaba com isso. Quase 400 mil reais aqui, com água! É uma brincadeira uma situação dessas aí. Um trabalhador tem que trabalhar quase 5 anos para ter esse valor aqui”.
Ao final de seu discurso, o senador se emocionou ao homenagear seu pai, falecido na última semana. Cleitinho disse: “é muito fácil agradecer a Deus nos momentos bons (...) mas também quero agradecer a Deus pelos momentos tristes que eu passo na minha vida, e esse é o momento mais triste que eu estou passando na minha vida, que eu estou perdendo a pessoa mais importante da minha vida”.
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