O senador Eduardo Girão, ao questionar o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, expôs não apenas o absurdo do tamanho da roubalheira que foi revelada no INSS, mas também as omissões do governo Lula. O senador enfrentou o ministro de Lula e derrubou a narrativa petista de que os roubos teriam relação com o governo Bolsonaro.
O senador iniciou alertando o ministro: “o Brasil quer saber a verdade. Os brasileiros foram roubados: pessoas que trabalharam a vida inteira e mais, para ter uma velhice digna; pessoas que estão trabalhando, porque foram roubadas; tanto os que já recebem aposentadoria, os que têm direito à pensão, como os que estão contribuindo para ter daqui a pouco. Então, esse caso é o mais cruel. A gente já viu mensalão, petrolão. Como disse o atual Vice-Presidente - na época, ele dizia ‘essa turma quer voltar à cena do crime’. E nós estamos vendo aí algo que pode ser muito maior. Já se estima que, junto com os descontos e com o escândalo dos pensionistas, possa chegar a mais de R$100 bilhões esse estrago feito, que exponencialmente aconteceu nesse Governo”. Girão defendeu a instalação da CPMI, apontando que ainda não está instalada porque o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, optou por viajar com Lula.
Eduardo Girão lembrou que, durante o governo Bolsonaro, foram identificados roubos e medidas foram tomadas para endurecer a fiscalização, e essas medidas tiveram a oposição dos parlamentares de esquerda. Ele acrescentou: “o Governo Lula, se tivesse um pingo de consideração com os mais pobres e menos favorecidos, já começava, desde já, a juntar dois ministérios - o do Trabalho e o da Previdência Social - e a deixar de gastar: gastar com viagem, gastar com vingança, como estão acostumados a fazer com os adversários políticos. Devia aproveitar e fazer o dever de casa”.
Girão reiterou uma pergunta feita pelo senador Sérgio Moro, enfatizando que o ministro não havia respondido, e que mostrava que o governo recebeu um alerta formal sobre as fraudes. Ele perguntou ao ministro: “o senhor considera aceitável ter ignorado um alerta formal sobre o esquema fraudulento contra os idosos? O senhor considera aceitável? Porque o senhor assinou a ata da reunião, o senhor estava lá”. Após o ministro responder que não era responsabilidade dele porque ainda não era ministro, Girão perguntou: “o senhor pede desculpa à população por não ter cumprido o seu papel, como cidadão, inclusive, de pedir para incluir na pauta esse assunto desde junho de 2023?”.
O senador rebateu a resposta que vinha sido repetida pelo ministro de Lula, de que o atual governo ‘chamou a polícia’, dizendo: “o senhor já disse isso. Vai dizer diversas vezes, mas não bate com a realidade. Não bate com a realidade, porque foi a imprensa brasileira que descobriu isso aqui lá atrás. Da mesma forma que o mensalão e o petrolão, que o senhor disse que o seu Governo acabou com essa farra, mas o seu Governo, no mensalão, no petrolão, parece que fez parte dessa farra”.
O senador expôs casos específicos, mostrando que, mesmo após ser formalmente alertado, o ministro se reuniu com entidades investigadas, ligadas a políticos petistas. Ele perguntou: “Por que manteve um diálogo institucional com investigados, mesmo após esse alerta formal? O senhor reconhece essa omissão? Como justifica a manutenção de repasses públicos a essas entidades diante de tantos indícios e vínculos políticos?”. O senador também perguntou sobre as entidades que são representadas pelo filho do ministro de Lula Ricardo Lewandowski, bem como sobre instituição financeira pertencente aos irmãos Batista. Ele prosseguiu: “é preocupante porque esse grupo já tem aí um histórico com esse Governo, não é? Eu digo o seguinte, entre as entidades citadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) se destaca por estar sob a liderança de José Ferreira da Silva, irmão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como o Frei Chico, que ocupa, desde agosto de 2023, o cargo de Vice-Presidente desse sindicato e teve sua entrada na diretoria da entidade articulada diretamente pelo Lula. De acordo com as investigações da Polícia Federal, o Sindnapi aparece como a terceira entidade que mais arrecadou recursos de forma irregular, entre 2019 e 2024”.
O senador apontou: “mesmo diante desse escândalo, a AGU não teve a coragem de pedir o bloqueio de bens dessa entidade. Imagino que tenha sido por ter o irmão do Lula nos quadros”. Girão perguntou ao ministro: “O senhor pedirá à Advocacia-Geral da União que intensifique as investigações sobre essa associação? Por que o senhor acha que a AGU teve um comportamento diferente com essa entidade de que o Frei Chico, irmão do Lula, está à frente? - estava”.
O senador comparou a conduta do governo Lula com a do governo anterior: “Em 2019, com 27 mil reclamações sobre descontos indevidos no Meu INSS, quatro associações foram suspensas em 20 dias. Os convênios foram cancelados e R$57 milhões foram devolvidos aos beneficiários, tudo isso sem a necessidade da ação da CGU ou da Polícia Federal. O Governo tomou... O Governo anterior, o Governo Bolsonaro, tomou a iniciativa de partir para cima de resolver aqui, de endurecer essa questão. Agora eu pergunto para o senhor: já no atual Governo, o número de reclamações explodiu; no seu Governo, no Governo de que o senhor tem orgulho de dizer "no meu Governo", o número de reclamações explodiu para mais de 470 mil. Olhe só: de 27 mil do Governo anterior, passou para 470 mil o número de reclamações. Mesmo assim, o Ministério da Previdência ignorou alertas formais de conselheiros, auditorias da CGU e investigações da Polícia Federal, mantendo os convênios ativos com as entidades suspeitas. Eu pergunto para o senhor: o senhor se considera isento, totalmente isento de responsabilidade por essa omissão?”
Após mostrar que as respostas do ministro repetem a estratégia de Lula de dizer que ‘não sabia de nada’, o senador Girão foi interrompido pelo senador Randolfe Rodrigues ao desmontar a narrativa petista, perguntando ao ministro: “O senhor é um político. O senhor falou, aqui chegando, do respeito a esta Casa, e eu espero respeito à população brasileira também, tá? Porque nós estamos aqui para defender os interesses dela. Eu pergunto: por que o senhor acha, como político - a sua história é de político; de empresário também, mas de político -, que a base do Governo Lula, já que quer colocar a culpa no Governo anterior, uma coisa completamente descabida, já que explodiram - os gráficos mostram - as fraudes no Governo Lula, por que a base não assinou a CPMI, em que a gente quer investigar essa tragédia humanitária com os brasileiros?”
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