quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Senador Cleitinho expõe áudio que cita o STF e exige CPI da ‘Vaza Toga’: ‘a população brasileira está engasgada com isso’


O senador Cleitinho mostrou, da tribuna, um áudio da delação dos irmãos Batista, da época da Lava Jato, mencionando o Supremo Tribunal Federal, e explicou: “acredito que, até hoje, nenhum político terá coragem de mostrar o que eu vou mostrar para vocês aqui, mas é necessário mostrar. Sabem por quê? Porque a gente precisa instaurar o mais rápido possível uma CPMI da "vaza toga". A gente precisa passar este país a limpo”.

O senador disse: “sabe esse mesmo STF de que eu estou falando para vocês aqui, do Joesley Batista falando que nunca seria preso, porque "se entregar o Zé, o Zé entrega o STF"? É o mesmo STF que agora está julgando um tal de golpe de Estado, uma tentativa de golpe de Estado, com isto aqui, gente, ó: estilingue, estilingue aqui; e com outra coisa também, gente, com que eu adorava brincar quando era pequeno - deixe-me mostrar para vocês aqui -, eu adorava jogar isto aqui, ó - hoje é só a internet, né? -: bolinha de gude, com bolinha de gude e estilingue”.

O senador afirmou: “por mais que aconteça o que for acontecer com Bolsonaro e com essas pessoas do dia 8 que estão pegando 17 anos de cadeia, eu preciso como homem público mostrar para a população brasileira qual é a ‘justiça’ do Brasil”. O senador lamentou que haja muitas pessoas que acreditam nas narrativas do regime e da velha imprensa e afirmou: “a gente precisa passar este país a limpo e mostrar para você que não está sabendo de nada, que está achando que o Bolsonaro é corrupto, que é terrorista, igual estão fazendo à porta da casa dele, colocando a Polícia Federal para monitorá-lo, eles não fazem isso com o crime organizado. Teve um cidadão aí que foi pego com 200kg de droga, prendeu e soltou; e esse não está sendo monitorado. O Careca do INSS, que roubou dinheiro dos aposentados, esse também não está sendo monitorado; já pedimos a prisão dele, e até agora não foi preso, a Justiça não deu prisão para ele. Esse é o país, gente! Esse é o país! E eu não vou ficar calado”.

Cleitinho fez um apelo aos colegas senadores: “vamos criar coragem. Não vamos ficar de joelhos para STF, não. Não foi o STF que nos colocou aqui, não. O STF não é eleito pelo povo, não, não tem voto popular, não; quem tem voto popular aqui são Deputados Federais e Senadores. Que possamos o mais rápido possível fazer essa CPMI da "vaza toga" e passar não só o Brasil a limpo, mas essa Justiça do Brasil a limpo. Isso precisa ser feito urgentemente. A população brasileira está engasgada com isso. E o que eu mais escuto nas ruas, nas minhas redes sociais e no e-mail do Senado: "E os Senadores, Cleitinho? E o Senado vai fazer nada não?". Quem tem prerrogativa para fazer isso aqui somos nós, Senadores, a competência é nossa, a responsabilidade é nossa, não é mais do povo”.

O senador mostrou o absurdo de se continuar pedindo à população para se manifestar, depois de anos de manifestações sendo solenemente ignoradas pela classe política. Ele disse: “Quem tem que, agora, jogar o jogo aqui somos nós. Quem tem que ir para a prática são os Senadores”. Cleitinho acrescentou: “o Paulo Gonet estará novamente aqui para ser sabatinado - mais uma vez. Já foi há dois anos e estará agora, de novo, numa Comissão, para depois vir para o Plenário. Aí eu faço uma pergunta para vocês: por tudo o que o Tagliaferro, ex-assessor do Moraes, mostrou na Comissão de Segurança Pública ontem, inclusive citando o nome dele, vocês vão querer votar num cidadão desse ainda? Vão dar essa oportunidade novamente para ele?” 

O senador explicou que criou uma PEC para acabar com as indicações políticas para as cortes superiores, exemplificando: “Quem que é o maior concorrente do Lula, na verdade, no ano que vem? É o Bolsonaro. Quem está julgando o Bolsonaro? Um amigo pessoal do Lula e um advogado pessoal do Lula. Qual a possibilidade de dar certo? Contem-me! Qual a possibilidade de dar certo?”. 

Cleitinho rebateu a narrativa de ‘golpe de estado’ que está sendo utilizada para perseguir conservadores. Ele disse: “todo mundo sabe que não teve nem tentativa de golpe. Todo mundo sabe que essas senhoras que estão presas, pegando 14 a 17 anos de cadeia, não trazem risco nenhum para a sociedade. Isso é uma covardia que estão fazendo. Risco para a sociedade sabem o que é? São políticos que cometeram crimes por corrupção voltarem para a cena do crime. Esses, sim, trazem risco para a sociedade”.

Apesar de alguns senadores agirem no limite de seus poderes para frear os atos autoritários de ministros das cortes superiores, a Casa legislativa, como um todo, permanece cega, surda e muda, indiferente aos ataques à democracia, graças ao seu presidente, que engaveta todos os pedidos de impeachment de ministros de cortes superiores que chegam às suas mãos. 

Os senadores há muito tempo têm conhecimento dos inquéritos secretos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, utilizando delegados da polícia federal escolhidos a dedo para promover uma imensa operação de “fishing expedition” contra seus adversários políticos. O desrespeito ao devido processo legal e a violação ao sistema acusatório são marcas dos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro e já foram denunciados pela ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge, que promoveu o arquivamento do inquérito das Fake News, também conhecido como “Inquérito do Fim do Mundo”, e também por inúmeros juristas, inclusive em livros como “Inquérito do fim do Mundo”, “Sereis como Deuses”, “Suprema desordem: Juristocracia e Estado de Exceção no Brasil”, “Censura por Toda Parte”. O ministro Alexandre de Moraes já foi chamado de “xerife” pelo então colega Marco Aurélio Mello pelos excessos cometidos em seus inquéritos. Na imprensa internacional, as denúncias vêm se avolumando. O ministro Kássio Nunes Marques consignou, em voto, as violações de direitos humanos nas prisões em massa ordenadas por Moraes. Apesar das constantes denúncias, o Senado brasileiro segue inerte. 

Os senadores sabem sobre os jornais que foram “estourados” e tiveram todos os seus equipamentos apreendidos, e sabem sobre os jornalistas perseguidos, presos e exilados. Os senadores não apenas foram informados sobre a invasão de residências de cidadãos e apreensão de bens, mas também viram, sem qualquer reação, operações contra seus próprios membros, o senador Arolde de Oliveira e o senador Marcos do Val. Os senadores sabem que muitos meios de comunicação vêm sendo censurados há muito tempo. Os senadores souberam sobre a prisão do deputado Daniel Silveira, em pleno exercício do mandato, por palavras em um vídeo. Os senadores sabem que o ex-deputado voltou a ser preso, por supostas violações a medidas cautelares que foram impostas em um processo que tinha sido extinto pela graça presidencial. Os senadores sabem que a graça presidencial, constitucional, foi cancelada.Os senadores foram informados sobre a perseguição a jornalistas, que são censurados, impedidos de exercerem sua profissão, e têm bens e redes sociais bloqueados. Os senadores sabem que ativistas passaram um ano em prisão domiciliar, sem sequer denúncia, obrigados a permanecer em Brasília, mesmo morando em outros estados. Os senadores sabem das violações a prerrogativas de advogados. Os senadores sabem sobre a prisão de Roberto Jefferson, presidente de um partido, e sua destituição do cargo a mando de Moraes. Os senadores sabem da censura a parlamentares. Os senadores sabem que jornais, sites e canais conservadores têm sua renda confiscada. Os senadores sabem sobre as prisões em massa sem individualização de condutas, sob acusações descabidas. Os senadores sabem sobre as multas estratosféricas e confiscos de propriedade. Os senadores sabem que crianças ficam presas com seus pais, sem meios de sustento, em “cautelares” sem prazo para acabar. Os senadores sabem que Clériston Pereira da Cunha morreu no cárcere, com um pedido de soltura aguardando que o ministro se dignasse a apreciar. Os senadores sabem que outras pessoas presas injustamente só foram soltas após a morte do preso político no cárcere. Os senadores sabem que há outros mortos. Os senadores sabem sobre os exilados políticos. Os senadores conhecem muitos outros fatos.  Mesmo assim, todos os pedidos de impeachment, projetos de lei, e requerimentos de CPI seguem enchendo as gavetas do presidente daquela Casa. 

Há quase seis anos, o ministro Alexandre de Moraes conduz, em segredo de justiça, inquéritos políticos direcionados a seus adversários políticos. Em uma espécie de “parceria” com a velha imprensa, “matérias”, “reportagens” e “relatórios” são admitidos como provas, sem questionamento, substituindo a ação do Ministério Público e substituindo os próprios fatos, e servem como base para medidas abusivas, que incluem prisões políticas, buscas e apreensões, bloqueio de contas, censura de veículos de imprensa, censura de cidadãos e parlamentares, bloqueio de redes sociais, entre muitas outras medidas cautelares inventadas pelo ministro, sem qualquer chance de defesa ou acesso ao devido processo legal. 

O mesmo procedimento de aceitar depoimentos de testemunhas suspeitas e interessadas, e tomar suas palavras como verdadeiras, se repete em diversos inquéritos nas Cortes superiores.  A Folha Política já teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos a mando do ministro Alexandre de Moraes. A renda do jornal está sendo confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, com o aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Todos os rendimentos de mais de 20 meses de trabalho de jornais, sites e canais conservadores são retidos sem qualquer base legal.  

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