Ao questionar o indicado de Lula ao Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, na “sabatina” conjunta com o indicado à Procuradoria-Geral da República, o senador Flávio Bolsonaro comparou a atuação do ministro enquanto candidato ao STF e sua atuação enquanto político, em especial como ministro de Lula.
O senador disse: “o senhor sabe que está sendo julgado aqui hoje pela sua trajetória política e não pelo seu histórico no Poder Judiciário. E, obviamente, a imagem que fica, na memória de todos os Parlamentares aqui, em especial na dos Senadores, são os seus 11 meses como Ministro da Justiça, em tom belicoso, às vezes em tom de deboche quando esteve aqui nesta Casa, tratando Parlamentares com desdém”.
Flávio Bolsonaro lembrou a ocasião em que Dino não lhe respondeu em uma audiência na Comissão de Segurança Pública, e descreveu as consequências de se tratar com deboche temas sérios. O senador lembrou que, ao invés de responder sobre segurança pública, Flávio Dino optou por divulgar uma ‘fake news’ sobre a família Bolsonaro. Ele disse: “Uma grande fake news que deu grande repercussão em redes sociais, infelizmente”.
O senador apresentou uma lista de fake news e adjetivações que foram divulgadas por Dino e pelo governo que ele integra, e comentou a censura crescente a um único lado do espectro político: “dependendo de quem fala, é censurado. Não se pode debater mais nada neste país que você rapidamente é rotulado de alguma coisa. Isso também deu grande repercussão em redes sociais”.
Flávio Bolsonaro observou: “O senhor já defendeu o controle de mídias sociais, o faroeste digital que nós vimos, a expressão que o senhor usou, e que pode até ter razão, mas o senhor defende um controle dessas mídias que assusta os usuários, assusta quem vive, quem ganha o pão, ao divulgar conteúdos em redes sociais. E muitos estão até hoje, por decisão monocrática, sem ter o seu ganha-pão, com medo de postar alguma coisa. O sintoma de que a democracia não está numa situação de normalidade, Senador Flávio Dino, são Parlamentares que têm que medir as palavras - da tribuna do Senado, da tribuna da Câmara dos Deputados - por receio de virarem réus, por receio de serem cassados, por receio de serem presos, como aconteceu com Daniel Silveira”.
O senador disse: “Preocupa-me muito, Senador Flávio Dino, as ações que o senhor tomou, enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública, com relação à Polícia Federal, porque o senhor, em várias situações, determinava que a Polícia Federal instaurasse inquéritos invariavelmente contra Parlamentares que não são de esquerda, ou que são de oposição ao Governo Lula. Fica na aparência de que, até como foi dito em algum momento, a Polícia Federal é sua”. Ele lembrou outros exemplos de uso da Polícia Federal, e alertou: “a Polícia Federal é uma instituição que tem a sua independência, tem a sua seriedade, tem a sua autonomia. Se a gente acredita que a Polícia Federal virou uma polícia política, acabou o Brasil, acabou a democracia”.
Após a resposta de Dino, que defendeu que todos os aspectos da vida dos cidadãos devem ser regulados pelo Estado, o senador afirmou: “sinceramente, espero que a inteligência emocional, caso o senhor seja aprovado, que o senhor está tendo aqui hoje, seja a que vai ter no Supremo Tribunal Federal, porque se for a inteligência emocional que nós vimos aqui, enquanto político, eu tenho minhas grandes preocupações”.
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