Durante sessão do plenário do Senado, o senador Eduardo Girão cobrou atitude daquela Casa legislativa em relação aos desmandos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Girão iniciou seu discurso lembrando a chamada “lei da colheita” e exemplificando com o caso do ex-ministro de Lula, Silvio Almeida, demitido após diversas denúncias de assédio.
Girão lembrou que, embora estivesse à frente da pasta que leva o nome de “direitos humanos”, Almeida demonstrou profundo descaso pelos direitos humanos durante sua gestão. O senador mencionou o episódio em que o então ministro recusou, brutal e grosseiramente, uma representação de um feto. Girão disse: “o Ministro Silvio, de uma forma soberba, foi intolerante naquele momento e repugnou esse bebê, esse símbolo. Ele não deveria e não poderia jamais ter feito isso, porque ele tinha que mostrar que era um Ministro de Estado que estava ali para ouvir e dialogar com todos os brasileiros. Mas, não, a ideologia foi mais forte, a intolerância e, naquele momento, ele cometeu esse grande equívoco, que agora culminou nisto. Eu não tenho a menor dúvida disso, pois o que você planta você colhe, e ele também caiu, caiu numa pasta em assuntos que tem tudo a ver com a sua pasta de respeito ao quê? À dignidade humana, à dignidade da mulher”.
O senador lamentou que o governo Lula, tendo conhecimento das denúncias, só tenha agido após o escândalo se tornar público, ressaltando a hipocrisia da esquerda. Ele disse: “É tudo hipocrisia, é tudo falácia! As máscaras estão caindo”.
Girão prosseguiu: “Assim como também eu queria, neste momento, dizer que o Brasil está de olho no Senado Federal. Eu estou aqui em Fortaleza andando nas ruas, conversando com as pessoas, até porque neste momento eu estou candidato a Prefeito de Fortaleza, e é impressionante como pessoas que nem sequer gostam de política estão cobrando uma posição do Senado sobre o impeachment do ministro, que tem abusado dia e noite da nossa Constituição, não tem respeitado os direitos humanos, não tem respeitado o direito da liberdade de expressão e está colocando o país numa insegurança jurídica insustentável”.
O senador ponderou: “É claro que ele não faz isso sozinho, mas ele foi o autor de uma quebra significativa de parâmetros do ordenamento jurídico que consideram, segundo juristas, como crime de responsabilidade”.
Girão explicou que o pedido de impeachment de Moraes foi apresentado com mais de 150 assinaturas de parlamentares, além do apoio de mais de 1 milhão e meio de cidadãos, e que, até o momento do discurso, tinha o apoio de 36 senadores. Girão disse: “Falta pouco, faltam seis para se conseguir a maioria da Casa. Então, eu espero sinceramente, a partir do momento em que a gente tem um colega como o Marcos do Val também, um colega que está sendo vilipendiado, humilhado, nos seus direitos e o Senado é a única Casa que pode reagir a tudo isso e não tem o direito, o Senado Federal do Brasil não tem o direito de, dessa vez, engavetar o pedido de impeachment, fazer de conta que isso não está acontecendo, porque nós já estamos desmoralizados demais”.
O senador expôs aos colegas que se mantêm de costas para o povo: “Basta andar na rua que você percebe a indignação do brasileiro com a Casa revisora da República”. Girão se revoltou: “não fui eleito pelo povo nordestino do Ceará para fazer figuração, para fazer um teatro”.
Girão afirmou: “nós precisamos, dessa vez, conseguir deixar a digital de cada um, porque é isso que a população quer, legitimamente, e é isso que nós queremos, Senadores da República, porque não aguentamos mais, porque juramos a Constituição Federal em nossa posse e temos o dever de respeitá-la, já que aqueles que estão no Supremo Tribunal Federal, não estão respeitando como deveriam ser os primeiros”. O senador concluiu: “Faço esse apelo para que a Casa revisora da República cumpra, no seu bicentenário, nos seus 200 anos, o seu dever. Todos os dias eu cobrarei isso”.
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