quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Parlamentares emparedam Lira e Pacheco após operação de Moraes contra líder da oposição: ‘subservientes e calados’


Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ordenar uma operação de busca e apreensão contra o líder da oposição na Câmara, deputado federal Carlos Jordy, diversos parlamentares se manifestaram e cobraram um posicionamento do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, face ao avanço da ditadura. 

O senador Jorge Seif Junior disse: “O ocorrido hoje com o Deputado Carlos Jordy só reafirma que o ordenamento jurídico, processual e sistema acusatório colapsaram. Somos escolhidos a dedo. Tudo corre em sigilo. O judiciário, de passivo, passou a hiperativo e hipertrofiado. Não há necessidade de MPF. Somente desejo de vingança e revanche. Desafetos devem pagar. Mesmo sem rastros, provas ou indícios. E se não há do que acusar, inventa-se. Aparato estatal em busca de constranger, calar, melindrar, expor. A mensagem é: nem sob garantias constitucionais os representantes eleitos pela população estão protegidos. Quanto mais o cidadão comum. Quem será o próximo? Seguirão os presidentes das casas em silêncio, fingindo que a democracia está a pleno e inabalável? Parabéns ao judiciário! Seguimos subservientes e calados para vossa alegria e gozo!”. Seif citou um texto sobre o ditador alemão: ““No entanto, Hit** passou a disseminar a imagem de defensor da lei e da ordem, alegando que preservaria os valores alemães tradicionais… A polícia passou a realizar "ações preventivas", ou seja, a realizar prisões sem quaisquer autorizações e sem provas que pudessem justificar um eventual julgamento nos tribunais”. O senador disse: “coincidências”. 

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança disse: “Mais uma busca e apreensão a parlamentar de oposição. Seguiu devido processo legal ou foi iniciada monocraticamente? Como fica a função do ministério público se juiz do STF não precisa mais deles?  Reforma do judiciário deve ser nossa prioridade para o bem da verdadeira democracia e idoneidade das instituições”.

O deputado Tenente-Coronel Zucco apontou: “Toda a minha solidariedade ao deputado Carlos Jordy, que foi alvo de uma operação da PF hoje na sua casa e no seu gabinete. Ele foi surpreendido com um fuzil enquanto dormia com sua esposa e filha pequena. O parlamento não pode se calar diante de tamanho abuso e desrespeito”.

O vereador Fernando Holiday afirmou: “O deputado Carlos Jordy é o líder da oposição no Congresso. A perseguição que ocorre contra ele hoje é um grave ataque ao direito de oposição nesse país. Principalmente, porque ocorre contra quem nunca apoiou atos de vandalismo ou coisa que o valha. É pura intimidação!”.

A deputada Bia Kicis lembrou: “O deputado Carlos Jordy, surpreendido com a PF em sua casa e gabinete hoje, por ordens do ministro Alexandre de Moraes, é o LÍDER DA OPOSIÇÃO na Câmara. O acesso a seu celular e computador dará, a quem quer eliminar o bolsonarismo, acesso às conversas e estratégias da oposição. Maior ataque ao Parlamento e à democracia!”

O deputado Daniel Freitas disse: “Perseguição política, ditadura, censura…chame do que quiser. O deputado Carlos Jordy é o líder da oposição na Câmara dos Deputados e é mais do que evidente que ele foi a cabeça escolhida da vez para tentarem servir numa bandeja. O judiciário vai implodir o Brasil”.

O deputado André Fernandes questionou: “A câmara vai ficar omissa diante da perseguição contra a oposição? Lira, não vai tomar nenhuma atitude? Provavelmente se fosse uma operação da PF para investigar corrupção, o parlamento todo estaria em defesa, incluindo os presidentes das casas. Segue firme, Carlos Jordy!”. 

O deputado Capitão Alberto Neto expressou a sua indignação em um vídeo e disse: “Os desmandos do STF estão empurrando o Brasil para um regime de ditadura. É um absurdo passar por cima do direito de imunidade parlamentar do líder da oposição no Congresso com essa perseguição sem fundamento. Não vamos aceitar que o Brasil seja aprisionado pelo judiciário e que a democracia seja atacada. A oposição está firme e unida, nosso país não será contaminado pela esquerda e jamais será uma Venezuela”.

A escritora Claudia Wild disse: “Mais uma medida aparentemente arbitrária para a coleção do xerifão nacional. Enquanto ele não for legalmente destituído do cargo, via impeachment, ações como esta continuarão a ser rotina na “inabalável democracia” bananeira. Wild publicou um trecho de matéria com a “justificativa” da polícia federal e disse: “Que treco mais bizarro! Depois disso daqui a expressão “processo  kafkiano” perdeu completamente o posto. A partir de agora chama-se processo Alexandrino. Uma medida extrema como busca e apreensão, em virtude de “Fala irmão, beleza? Está podendo falar ai?””

O ex-deputado estadual Douglas Garcia apontou que, embora Jordy não tenha acesso ao inquérito, a velha imprensa tem. Ele divulgou um vídeo e disse: “Carlos Jordy: mais uma vítima da República do Xandaquistão, lugar onde a Polícia Federal é usada politicamente. A perseguição política no Brasil se tornou algo corriqueiro”.

O deputado estadual Gil Diniz disse: “Mais um capítulo da perseguição de Alexandre de Moraes aos opositores do regime de exceção. Todo nosso apoio ao Deputado Carlos Jordy e a todas as vítimas dessa perseguição ilegal!”

O deputado Mauricio Marcon afirmou: “Conversei com o líder Carlos Jordy e ele reafirmou que as acusações contra ele não procedem. Alexandre de Moraes no processo diz que supostamente Jordy teria trocado mensagens e instigado pessoas a participarem de atos antidemocráticos, fato que o líder da oposição nega. Talvez tal conversas que desencadearam a operação nunca apareçam (por não existirem), como não apareceram as imagens da  “agressão” em Roma ou a suposta ameaça de morte contra Alexandre de Moraes. O Estado Democrático de Direito não existe mais no Brasil”.

O vereador Douglas Gomes apontou: “Querem acabar com TODA e QUALQUER oposição ao atual governo. Vivemos em um regime totalitário!”

A deputada Júlia Zanatta disse: 

“Na “democracinha” brasileira, prerrogativas de deputados eleitos pela população são violadas sem qualquer constrangimento. Existe um claro instrumento de perseguição a opositores.

O caso do Carlos Jordy é emblemático: líder da oposição e crítico ferrenho de decisões arbitrárias do Judiciário, sofreu busca e apreensão e teve, inclusive, o seu gabinete isolado na Câmara dos Deputados.

A justificativa utilizada foi a suposta ligação de Jordy a grupos que participaram do 8 de janeiro. Mas existe alguma prova sobre a participação dele em crimes? Ou o que há é uma mera presença em grupos de zap em que pessoas se envolveram com ilícitos?

O que está acontecendo abre um precedente extremamente perigoso. Sob a justificativa de alcançar “mentores intelectuais” do 8 de janeiro, políticos eleitos da oposição serão cada vez mais alvejados por uma PF aparelhada, deixando o caminho livre para Lula e seus comparsas. 

Toda minha solidariedade ao Carlos Jordy, um parlamentar honrado que sempre combateu os inimigos do Brasil. Não podemos normalizar essa ditadura em nosso país”.

O deputado Sóstenes Cavalcante, líder da Frente Parlamentar Evangélica, divulgou um vídeo e disse: “ISSO É INCONSTITUCIONAL! Toda minha solidariedade ao deputado Carlos Jordy”.

O deputado Cabo Gilberto Silva afirmou: “O Congresso Nacional está sendo fechado pelo STF, estamos sendo perseguidos um a um, as prerrogativas parlamentares não existem mais, pela própria decisão da Câmara dos Deputados que aceitaram rasgar o Art 53. da CF. Na prisão ilegal de um deputado. A Ditadura veio e não foi militar!!!”

O procurador Silvio Miranda Munhoz, membro do MP Pró-Sociedade, questionou: “Mais uma grande arbitrariedade, quando o Senado e a Câmara vão se levantar contra estes verdadeiros abusos que atacam membros seus?”

Sérgio Camargo, ex-presidente da fundação Palmares, disse: “A busca e apreensão ordenada pelo STF contra Carlos Jordy deixa claro que outros deputados da direita podem terminar como Daniel Silveira. Não há imunidade parlamentar para quem questiona o poder, e fazer oposição virou uma atividade de alto risco no Brasil. Típico de ditaduras”.

O assédio ao deputado é parte de um assédio a um grupo de pessoas, tratadas como sub-humanos e cidadãos com menos direitos, por manifestarem suas opiniões livremente e por apoiarem o ex-presidente Jair Bolsonaro. Medidas arbitrárias são tomadas contra essas pessoas, que têm seus direitos e garantias fundamentais desrespeitados. 

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