sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Filha do preso político Clezão, morto no cárcere, confronta arbitrariedades de Moraes em pronunciamento avassalador, relata sofrimento das famílias e pede anistia


A jovem Luiza Cunha, filha órfã do preso político Clériston Pereira da Cunha, o Clezão, que morreu no cárcere porque o ministro Alexandre de Moraes não se deu ao trabalho de ler os pedidos de soltura do Ministério Público, discursou durante audiência pública realizada na Câmara Legislativa do Distrito 

Luiza Cunha desabafou: “essa semana é uma semana muito intensa que a gente está vivendo. Só Deus mesmo pra nos dar força. Já está completando quase três anos de que mais de duas mil famílias sofrem a injustiça e sofrem uma perseguição direta”.

A jovem mencionou a tristeza dos filhos dos presos políticos, bem como dos pais. Ela mencionou os vídeos que mostraram um dos presos políticos sendo levado, algemado, ao velório de sua avó. Ela disse: “Esse velório mexeu tanto comigo que eu fiquei uma semana sem trabalhar, uma semana de atestado. Se eu, que não fazia parte da família, sofri, imagine uma mãe, que perdeu a sua própria mãe e vê o filho se despedindo da sua mãe, algemado”.

Luiza apontou: “A anistia não traz o meu pai de volta, não traz a minha alegria de volta, não traz a alegria da minha família de volta, não traz as festas em família, não traz um Natal em família, não traz um ano novo em família, a vida na igreja, a oração em conjunto. Não traz. Mas traz a alegria de mais de duas mil pessoas, de duas mil famílias”.

A jovem relatou o sofrimento das famílias sendo submetidas às mais diversas humilhações para manter contato com os presos políticos e disse: “é um sofrimento sem fim. Hoje eu tenho vinte e um anos de idade e eu faço acompanhamento psicológico. Imaginem essas crianças que têm a infância sequestrada por um cara que foi reconhecido como violador de direitos humanos, um cara que foi sancionado pela Lei Magnitsky”.

Luiza Cunha afirmou: “Eles não destruíram somente as pessoas que foram presas no dia oito. Eles destruíram as famílias, destruíram os amigos. E, como o deputado Thiago Manzoni disse - que a esquerda destrói famílias -, a maior prova é a minha família. Tiraram o meu melhor amigo de mim. Tiraram o meu pai.  Tiraram o provedor da casa. E uma coisa que muita gente não sabe, mas a esquerda tirou o meu diploma de médica porque eu estava pronta para viajar, para fazer medicina, e meu pai foi preso. E não tinha como deixar a minha mãe desamparada aqui em Brasília, sozinha.  A esquerda tirou o sonho do meu pai de formar duas filhas médicas. A esquerda tirou o sonho do meu pai de levar as filhas até o altar, num casamento. A esquerda tirou o sonho do meu pai de levar os netos para a roça, que era a maior realização dele”.

A jovem prosseguiu: “a esquerda mata, assim como fez com Miguel Uribe, assim como fez com o pai de duas crianças pequenas, ontem, lá nos Estados Unidos. A esquerda mata, a esquerda tortura, assim como fez comigo, com o meu pai. E são pessoas comuns. Qualquer pessoa que estiver aqui poderia ter passado pelo mesmo que minha família passa. Por isso, anistia já. E justiça por Clezão”. 

A violação de direitos de crianças e violação ao sistema acusatório, com o Ministério Público sendo ignorado, já se tornaram comuns no país, com a permanência e expansão dos inquéritos políticos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal. Crianças tiveram suas casas invadidas desde 2019 e até mesmo seus equipamentos eletrônicos apreendidos, em meio às buscas e apreensões, ordenadas sem qualquer indício de crime, que, muitas vezes, tiravam todos os bens eletrônicos de famílias e privando as crianças até mesmo das aulas remotas durante a pandemia. Crianças foram separadas de seus pais e mães, ou de seus avós, afastados da família em prisões políticas ou no exílio. Outras crianças ficam, na prática, presas com seus pais, que não podem deixar a casa e não têm meios de sustento para prover atividades para os filhos. Algumas crianças viram seu pai perder até mesmo o movimento das pernas devido a um estranho acidente enquanto estava preso por crime de opinião. Outras crianças sofrem com as consequências econômicas dos bloqueios de bens e confiscos a que suas famílias são submetidas, além do ass*** de reputações promovido pela velha imprensa. 

Há mais de cinco anos, o ministro Alexandre de Moraes conduz, em segredo de justiça, inquéritos políticos direcionados a seus adversários políticos. Em uma espécie de “parceria” com a velha imprensa, “matérias”, “reportagens” e “relatórios” são admitidos como provas, sem questionamento, substituindo a ação do Ministério Público e substituindo os próprios fatos, e servem como base para medidas abusivas, que incluem prisões políticas, buscas e apreensões, bloqueio de contas, censura de veículos de imprensa, censura de cidadãos e parlamentares, bloqueio de redes sociais, entre muitas outras medidas cautelares inventadas pelo ministro. 

O mesmo procedimento de aceitar depoimentos de testemunhas suspeitas e interessadas, e tomar suas palavras como verdadeiras, se repete em diversos inquéritos nas Cortes superiores. Esses depoimentos, “relatórios” e “reportagens”, produzidos por pessoas interessadas, embasam medidas extremas contra conservadores, sem qualquer chance de defesa ou acesso ao devido processo legal. 

A Folha Política já teve sua sede invadida e todos os seus equipamentos apreendidos. A renda do jornal está sendo confiscada a mando do ministro Luís Felipe Salomão, ex-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral, com o aplauso dos ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Todos os rendimentos de mais de 20 meses de trabalho de jornais, sites e canais conservadores são retidos sem qualquer base legal.  

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