A jovem Luiza Cunha, filha órfã do preso político Clériston Pereira da Cunha, o Clezão, que morreu no cárcere porque o ministro Alexandre de Moraes não se deu ao trabalho de ler os pedidos de soltura do Ministério Público, discursou durante audiência pública realizada na Câmara Legislativa do Distrito
Luiza Cunha desabafou: “essa semana é uma semana muito intensa que a gente está vivendo. Só Deus mesmo pra nos dar força. Já está completando quase três anos de que mais de duas mil famílias sofrem a injustiça e sofrem uma perseguição direta”.
A jovem mencionou a tristeza dos filhos dos presos políticos, bem como dos pais. Ela mencionou os vídeos que mostraram um dos presos políticos sendo levado, algemado, ao velório de sua avó. Ela disse: “Esse velório mexeu tanto comigo que eu fiquei uma semana sem trabalhar, uma semana de atestado. Se eu, que não fazia parte da família, sofri, imagine uma mãe, que perdeu a sua própria mãe e vê o filho se despedindo da sua mãe, algemado”.
Luiza apontou: “A anistia não traz o meu pai de volta, não traz a minha alegria de volta, não traz a alegria da minha família de volta, não traz as festas em família, não traz um Natal em família, não traz um ano novo em família, a vida na igreja, a oração em conjunto. Não traz. Mas traz a alegria de mais de duas mil pessoas, de duas mil famílias”.
A jovem relatou o sofrimento das famílias sendo submetidas às mais diversas humilhações para manter contato com os presos políticos e disse: “é um sofrimento sem fim. Hoje eu tenho vinte e um anos de idade e eu faço acompanhamento psicológico. Imaginem essas crianças que têm a infância sequestrada por um cara que foi reconhecido como violador de direitos humanos, um cara que foi sancionado pela Lei Magnitsky”.
Luiza Cunha afirmou: “Eles não destruíram somente as pessoas que foram presas no dia oito. Eles destruíram as famílias, destruíram os amigos. E, como o deputado Thiago Manzoni disse - que a esquerda destrói famílias -, a maior prova é a minha família. Tiraram o meu melhor amigo de mim. Tiraram o meu pai. Tiraram o provedor da casa. E uma coisa que muita gente não sabe, mas a esquerda tirou o meu diploma de médica porque eu estava pronta para viajar, para fazer medicina, e meu pai foi preso. E não tinha como deixar a minha mãe desamparada aqui em Brasília, sozinha. A esquerda tirou o sonho do meu pai de formar duas filhas médicas. A esquerda tirou o sonho do meu pai de levar as filhas até o altar, num casamento. A esquerda tirou o sonho do meu pai de levar os netos para a roça, que era a maior realização dele”.
A jovem prosseguiu: “a esquerda mata, assim como fez com Miguel Uribe, assim como fez com o pai de duas crianças pequenas, ontem, lá nos Estados Unidos. A esquerda mata, a esquerda tortura, assim como fez comigo, com o meu pai. E são pessoas comuns. Qualquer pessoa que estiver aqui poderia ter passado pelo mesmo que minha família passa. Por isso, anistia já. E justiça por Clezão”.
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