O deputado federal Carlos Jordy, líder da oposição, manifestou, da tribuna da Câmara, sua indignação com a morte de um preso político do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele disse: “Nessa semana todos nós ficamos indignados, chocados com a morte do Cleriston, conhecido como Clezão, um pai de família que deixa esposa e duas filhas e que foi sentenciado à morte. Ele foi preso injustamente, estava no complexo da Papuda, por supostamente ter participado do dia 8 de janeiro, já que nos autos há vídeos demonstrando que, às 4 horas da tarde, ele estava trabalhando no comércio da família. Ele foi preso não só injustamente, mas ilegalmente, porque é fruto desse inquérito ilegal, que prende pessoas sem foro por prerrogativa de função. Ele foi preso, assim como muitos, no modo tarrafa: jogaram a tarrafa e pegaram todos ali. Eles são sentenciados em lotes, na forma "copiar e colar". O Cleriston nem sequer havia sido julgado. Ele estava numa prisão preventiva e com um pedido da defesa para que pudesse responder em liberdade, liberdade provisória, que foi deferida pela PGR. Mas o Alexandre de Moraes, numa crueldade pedagógica, sentou naquele despacho e não deu prosseguimento a isso para que ele pudesse padecer na prisão. E, se há algum culpado por sua morte, é o STF, é o Alexandre de Moraes”.
O deputado lembrou que, no dia seguinte à morte de Cleriston, o ministro Alexandre de Moraes foi condecorado, ao lado do ministro da pasta que tem em seu nome “direitos humanos”. Jordy disse: “É como se fosse uma celebração macabra, um culto à morte. O presidente Lula sequer se manifestou a respeito dessa morte, sequer se solidarizou com os familiares. Não tocou em uma palavra, não falou uma palavra a respeito desse fato grave da nossa democracia”.
Jordy rebateu o presidente do Supremo Tribunal Federal, que minimizou a morte do preso político enquanto sob a custódia do Estado, com um pedido de liberdade esquecido nas gavetas do relator. O deputado disse: “E o que me causa também mais indignação neste momento em que estamos vendo tantos abusos do Judiciário, da Suprema Corte do nosso País, em que nós vemos um Judiciário agindo ao arrepio da lei, invadindo competências, prendendo inocentes, tomando decisões teratológicas, com contorcionismos lógicos para poder prender inocentes, é quando nós vemos, por exemplo, um tuíte de uma jornalista da Globo News, a Eliane Cantanhêde, dizendo o seguinte: "Ministros do Supremo classificam como 'traição rasteira' o voto do Líder do Governo no Senado, Jaques Wagner, contra eles, depois de toda a resistência ao golpe bolsonarista. O recado é: 'ou o Jaques Wagner sai, ou não tem mais papo do STF com o Planalto e o Governo'."
Jordy se exaltou: “Excelências, isso aqui é tão sujo, é tão sujo, é a demonstração de que o nosso jornalismo está na latrina, está na lata de lixo. Uma jornalista fala com a maior normalidade sobre um suposto conluio do STF com o Palácio do Planalto. Ela está dizendo que o STF está dando recados”. O deputado expôs: “A chantagem está explícita, e o jornalismo está dizendo que isso daí é a coisa mais normal do mundo!”.
O deputado Carlos Jordy explicou que, embora o avanço da PEC na Câmara seja fundamental, é apenas um primeiro passo “para que possamos resgatar a independência entre os Poderes, para que possamos resgatar a moral do Congresso Nacional, que está lá no lixo!”. Ele lembrou: “A população pergunta: "Para que 513 Deputados e 81 Senadores, se os Ministros decidem tudo por vocês?"” .
Carlos Jordy explicou: “Temos que avançar em outras pautas, para darmos freios nesses que não tiveram voto e que se julgam acima de todos, soberanos! Inclusive, o conceito de democracia relativa deles é o que dita hoje as regras do País. E não basta só isso. Temos também que avançar no impeachment de Alexandre de Moraes. Temos que parar aqui de covardia”. O deputado afirmou: “a independência dos Poderes, a harmonia entre eles só vai ser conquistada realmente quando nós fizermos o impeachment de Alexandre de Moraes”.
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