O senador Esperidião Amin repercutiu, em sessão do plenário do Senado, o depoimento do ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, à Comissão de Segurança Pública, e alertou os colegas sobre a gravidade das revelações do ex-assessor. O senador lembrou que o depoimento ocorreu durante o “julgamento” do ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno, e apontou que ‘não há novidade’ no espetáculo do STF porque todos já sabem sobre o pré-julgamento de Bolsonaro.
Esperidião Amin afirmou: “houve um depoimento que muda radicalmente a história”. O senador explicou que Tagliaferro chefiava a assessoria de Moraes para censurar informações não desejadas pelo ministro. Amin apontou: “o volume de denúncias embasadas em processos, fatos, mensagens e gravações, só do trailer a que nós assistimos ontem, já mostra por que esse cidadão saiu do país; foi procurar segurança, se não estou enganado, na Itália. E o que é pior: a providência tomada pelo Ministro Alexandre de Moraes foi solicitar ao Itamaraty a extradição dele”.
O senador pediu que o ex-assessor receba proteção e disse: “se o que ele está falando for verdade, nós vamos ter uma cambalhota jurídica no Brasil, inclusive em relação a esse julgamento que está acontecendo, porque são denúncias que colidem com a coleta de dados e informações, com diligências. (...) trata-se de uso de recursos públicos, pagos com dinheiro público, para fundamentar uma narrativa adrede preparada. Então, isso é muito grave”.
Esperidião Amin relatou: “fiquei abalado pelo que assisti, pelo conjunto da obra que ele colecionou em fatos, desde diligências até certidões”. O senador deu o exemplo dos cidadãos que ficaram presos com base em meras declarações, consideradas políticas pelos asseclas de Moraes. Ele disse: “o cidadão A que está preso aqui e que a procuradoria quer soltar, por falta de provas, por falta de indícios, o cidadão A manifestou simpatia pelo Presidente Lula, então ele recebe uma certidão negativada, ou seja, pode soltá-lo. O B tem simpatia pelo Bolsonaro, então a certidão dele é positiva, ele vai ficar preso. Não pelo que ele fez no dia 8 de janeiro, mas pelo que ele falou no ano anterior, até cinco anos antes, ou seja, uma folha corrida, pelo menos do ponto de vista de internet, dele, o que é absolutamente impraticável num regime democrático, e isso fere o devido processo legal e o Estado democrático de direito”.
O senador afirmou que, sendo confirmadas as informações de Tagliaferro, “nós vamos ter um abalo sísmico jurídico impressionante e inédito. Inédito. Ouso dizer inédito”. Amin fez um apelo aos colegas senadores para que desenvolvam um mínimo de decência: “espero que as pessoas que não tenham compromisso com erros de ninguém, de ninguém, nem de um lado, nem de outro, consigam impressionar e influenciar o Presidente da Casa, Senador Davi Alcolumbre, para que nós cumpramos o Regimento e a Constituição. O Regimento, no seu art. 145, e a Constituição Federal, que dá à minoria o direito de criar, de constituir uma Comissão Parlamentar de Inquérito, para descobrir, com compromisso único, descobrir a verdade, para saber se nós não estamos cometendo injustiças lá e se não estamos acobertando fraudes aqui”.
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